A Via Varejo apresentou seus resultados do 2T20 nesta quarta-feira (12) após o fechamento do pregão. O resultado veio em linha em termos de receita e forte no crescimento das vendas on-line.
O resultado das vendas no e-commerce veio forte, com crescimento no GMV de 279,6 por cento totalizando 5,08 bilhões de reais no trimestre. Entretanto, nas vendas gerais o efeito da pandemia esteve presente, com Receita Bruta total com retração de 7,8 por cento.
Os destaques positivo se dá no ganho 3,4 pontos percentuais na margem bruta atingindo 30,7 por cento, mesmo excluindo efeitos não recorrentes de créditos tributários (241 milhões de reais), e a penetração das vendas no canal digital atingindo 70 por cento das vendas gerais, o que aumenta os efeitos positivos da alavancagem operacional. Além disso a empresa conseguiu emplacar um follow-on de 4,4 bilhões de reais, reforçando a posição de caixa e melhorando o perfil do endividamento.
Os destaques negativos são a queima de caixa operacional forte de 2,4 bilhões e prejuízo ajustado de 176 milhões de reais, excluindo os efeitos de créditos tributários não recorrentes.
Esperamos impacto positivo para as ações da Via Varejo (VVAR3) no curto prazo. O bom crescimento de suas vendas online, entregando o que foi prometido quando começaram sua reestruturação, e a melhora em suas margens operacionais deve continuar impulsionando as ações.
A Via Varejo continua em sua expansão e integração da estratégia digital, colhendo bons resultados no campo do e-commerce, ganhando 12,2 pontos percentuais de market share nas plataformas digitais. O segmento 1P obteve crescimento de 311,2 por cento, com vendas totais (GMV) de 4,18 bilhões de reais e, no marketplace (3P), crescimento de 179,8 por cento, alcançando 901 milhões de reais.
É importante lembrar que durante o segundo trimestre de 2019 a companhia estava tendo sua virada de cabeça para baixo, com saída do antigo controlador e volta da família Klein ao comando, isso tudo para dizer que a base de comparação para os canais digitais é bastante fraca, porém a empresa vem entregando o que prometeu. A partir do próximo trimestre teremos uma base de comparação mais fidedigna para medir a evolução da companhia.
A maior participação digital permitiu um ganho de margem bruta bastante positiva e, combinando com as despesas gerais, administrativas e com vendas estáveis em relação ao ano anterior, refletiu em melhor margem Ebitda ajustada, com 5,9 por cento contra 3,0 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 314 milhões de reais.
A resultado financeiro líquido ainda pesa no balanço da companhia, com 323 milhões de reais de despesa financeira, contando com ajuste não recorrente, atingindo prejuízo líquido no resultado de 176 milhões de reais.
A empresa realizou captações importantes no trimestre com o follow-on de 4,4 bilhões de reais, alongando o perfil da dívida, porém a empresa ainda possui alto volume de endividamento com custo alto de CDI + 3,58 por cento ao ano.
A companhia tem uma posição de caixa total de 7,4 bilhões de reais, dos quais 2,7 bilhões recebíveis de cartão de crédito. O endividamento bruto era de 4,5 bilhões de reais ao final de junho de 2020.
Esperamos que com a continuidade da melhora operacional a empresa melhore mais o perfil, custo do endividamento e sua liquidez.
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