Dados divulgados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP) mostram aumento da produção em nível recorde de petróleo no Brasil pelo segundo ano consecutivo, com o total de todas as petroleiras atuantes no território nacional alcançando uma produção de 2,938 milhões de barris por dia em 2020, alta de 5,5 por cento em relação a 2019.
O nível de produção veio forte mesmo após um segundo semestre mais fraco em produção, marcado pela concentração de paradas de manutenção pela Petrobras, adiado para o fim de 2020 devido às incertezas relacionadas à pandemia. Atualmente a estatal é responsável por cerca de 85 a 90 por cento da produção de petróleo no Brasil.
E Eu Com Isso?
No plano de negócios da Petrobras, a curva de produção total de petróleo e gás da companhia seguirá em um ritmo constante, sem grandes aumentos na quantidade produzida, existindo uma compensação entre a queda de produção devido aos desinvestimentos em campos terrestres e em águas rasas compensada pelo crescimento da produção nos campos do pré-sal.
Porém a produção total no Brasil ainda tende a aumentar, uma vez que os campos desinvestidos pela Petrobras são repassados a empresas com tecnologia dedicada à exploração destes ativos, de modo que continuarão a extrair petróleo, mesmo após a venda pela estatal, a exemplo da 3R Petroleum (RRRP3), que recentemente abriu capital na B3.
A notícia é levemente positiva para as companhias do setor atuantes no Brasil, inclusive a Petrobras, porém não esperamos impactos relevantes no preço de suas ações no curto prazo com esta notícia especificamente.
Atualmente a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na qual o Brasil não faz parte, está buscando uma estabilização dos preços da commodity no mercado internacional, além do processo de abertura do mercado de refino no Brasil estar em curso, o que tende a melhorar a demanda doméstica pelo petróleo no médio prazo.