O presidente da Petrobras (PETR3/PETR4), Roberto Castello Branco, rebateu as acusações da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) de que estaria controlando os preços de combustíveis nas refinarias, devido à disparidade em relação às cotações internacionais, geradas pela subida forte do preço do petróleo nos últimos dois meses.
A Abicom protocolou um ofício no Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na última sexta-feira (08) alertando que a estatal estaria praticando preços predatórios. Roberto Castello Branco respondeu que esta acusação é uma ofensa profissional a ele, ao presidente do Banco Central e ao ministro da Economia Paulo Guedes.
Além disso, afirmou que a política de reajuste de preços diários foi um erro comercial na época da gestão de Pedro Parente, gerou confusão no mercado e que os cálculos realizados pela Abicom (composto por pequenos importadores), não levam em conta os custos reais da companhia.
E Eu Com Isso?
A política de preços da Petrobras tem seguido de maneira independente do governo desde 2017, com mecanismos de controle de governança e reajustes de acordo com os movimentos de mercado, embora o método de cálculo não seja revelado e esclarecido por parte da Petrobras.
Com os ganhos de eficiência operacional implementados ao longo da gestão atual da Petrobras, os custos de extração de petróleo e os custos de refino têm reduzido de maneira significativa, o que explica uma diferença no Preço de Paridade Internacional para combustíveis no Brasil praticadas pela Petrobras, em relação à paridade praticada no início da nova política de precificação da estatal.
O dólar em patamares elevados aliados ao aumento de preços do Petróleo de maneira rápida como ocorreu nos últimos meses, tornam a operação de importação mais complexa e menos rentável, porém as grandes importadoras são capazes de contornar este problema, pelo Brasil ainda não ser autossuficiente em refino, de modo a ainda preencher espaços no mercado não alcançados pela estatal.
A notícia não deve gerar grandes impactos para a Petrobras, sendo um movimento comum de associações representantes de empresas de pequeno porte que tentam disputar uma fatia de mercado, além da interferência de órgão regulador nesse sentido ser um retrocesso no mercado de combustíveis, podendo afetar a venda das refinarias pela estatal, o que não deve ocorrer, dado que o próprio CADE tem um acordo com a Petrobras para a venda destes ativos.