Restando apenas 15 dias para as eleições legislativas de 2021, que definirão o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para o próximo biênio, o candidato apoiado por Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Bolsonaro, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já conta virtualmente com os votos necessários para ser eleito.
Nesta quarta-feira (13), o PSDB acabou liberando sua bancada para a eleição no Senado por falta de consenso em torno do nome de Pacheco e de sua adversária emedebista, Simone Tebet (MDB-MS). Sendo assim, quatro tucanos devem votar em Pacheco e outros três devem apoiar o nome de Tebet para o Senado, consolidando os 42 votos necessários para eleger o apadrinhado de Alcolumbre.
Salvo eventuais “traições” (vale lembrar, sempre, que a votação é secreta), Pacheco já conta com o apoio integral dos seguintes partidos: PSD, PT, PSC, PL, Pros, Republicanos e PP. Com o seu próprio partido (DEM) e o apoio de quatro senadores do PSDB, o mineiro chega a 42 votos e já ultrapassa a maioria na Casa. Do outro lado, Tebet conta com o apoio oficial apenas de três senadores tucanos, do Podemos e do Cidadania – dois partidos cujos senadores são ligados ao grupo suprapartidário Muda Senado, que simpatiza com a candidatura da emedebista.
E Eu Com Isso?
Nos bastidores, o sentimento é de que a disputa no Senado está liquidada. Com o apoio recente do PT – que não quis se comprometer com Tebet por conta de sua proximidade à ala lavajatista –, o apoio do presidente da República, do atual presidente da Casa e a cisão do PSDB em torno de um nome único, Pacheco tem caminho livre para se eleger com certa margem no dia 1 de fevereiro.
No início da semana, comentamos que o pleito pendia para o lado do democrata, mas ainda seria precoce anunciar seu favoritismo sem que houvesse clareza de quem seria seu adversário. No final de dezembro, também foi feito o diagnóstico de que a disputa na Casa seria menos acirrada que na Câmara dos Deputados, na medida em que haveria um nome consensual entre Alcolumbre e Bolsonaro. Agora, com a candidatura do MDB definida e grande parte dos apoios anunciados, parece claro: Rodrigo Pacheco deve ser o próximo presidente do Senado Federal pelos próximos dois anos.
Para o mercado, o mais importante serão eleições tranquilas e sem grandes surpresas, visto que o apadrinhado de Alcolumbre indica continuidade e tem o apoio do governo. Nesse sentido, com o nome de Pacheco cada vez mais favorito, a notícia tem impacto positivo para o pregão de hoje.