Nesta quarta-feira (21), a Susep (Superintendência de Seguros Privados) divulgou as normas do projeto de open insurance: sistema de compartilhamento de dados do setor de seguros, que será composto por três fases, sendo a primeira delas, iniciada no dia 15 de dezembro de 2021.
De acordo com a Susep, as normas estabelecem as condições para que o consumidor, quando desejar, acesse e compartilhe seus dados com seguradoras ou terceiros, de forma segura e conveniente.
Esses dados poderão ser usados no desenvolvimento de novos produtos que atendam às necessidades mais abrangentes dos consumidores de seguros, previdência e capitalização.
A lógica do open insurance, é parecida com a do open banking para as instituições financeiras, sendo que a junção dos projetos dos setores de seguros, bancos e investimentos formam o open finance, ou sistema financeiro aberto, cujo objetivo é entregar ao consumidor uma oferta mais ampla de produtos e serviços a preços competitivos.
A previsão, é de que, assim como o open banking, o open insurance seja implementado gradualmente, dividido em três fases.
A primeira fase terá início a partir de 15 de dezembro de 2021 em que será contemplado o compartilhamento de dados públicos de seguradoras referentes a seus produtos e canais de atendimento disponíveis.
A segunda fase deverá começar em 1º de setembro de 2022, em que os clientes poderão compartilhar dados pessoais.
Já a terceira e última fase, está prevista para começar em 1º de dezembro de 2022 e esta prevê a efetivação dos serviços através do ecossistema.
E Eu Com Isso?
Com as normas publicadas, o órgão pretende assegurar o desenvolvimento do setor, tornando possível que pessoas que não são bancarizadas tenham acesso a seguros.
Espera-se que a mudança regulatória traga uma experiência melhor para o consumidor, com mais facilidade de acesso e produtos mais adequados a cada perfil, resultando em um aumento na quantidade de pessoas seguradas no país.
As maiores beneficiadas com o projeto são as insurtechs, startups de seguros que tem crescido no Brasil e com o open insurance terão maior acesso a dados e consequentemente a mais clientes, criando a oportunidade de implementação de modelos mais tecnológicos e de modernização do mercado.
Já os grandes bancos, como Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), que possuem forte presença no setor de seguros, deverão ser os mais prejudicados devido à sua maior dificuldade de adaptação a esse novo mercado.
Já as seguradoras, podem se ver ameaçadas por novos entrantes, porém, terão a oportunidade de acessar um mercado maior caso consigam surfar a onda das insurtechs.
A SulAmerica (SULA11) e a Porto Seguro (PSSA3), embora já invistam em insurtechs de maneira direta ou através de programas de venture capital corporativo, terão com o open insurance um acesso maior a novos clientes, podendo se utilizar ainda de sua força de marca como estratégia.
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