Na noite desta segunda-feira (26) a Petz divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2020, o primeiro após a sua abertura de capital (IPO).
O resultado foi bom e veio acima das expectativas, com forte crescimento das vendas digitais que impulsionou a receita bruta, Ebitda e lucro líquido no trimestre.
Os principais destaques positivos foram:
i) Forte crescimento das Vendas em Mesmas Lojas (Same Store Sales – SSS) de 32,3 por cento (6,5 por cento no 3T19);
ii) Receita bruta de 450 milhões de reais no trimestre, sólido aumento de 51,7 por cento em relação ao 3T19;
iii) Margem Bruta em relação à Receita Líquida de 49,3 por cento, 1 ponto percentual acima do ano de 2019;
iv) Crescimento de 392,9 por cento na receita bruta vindo dos canais digitais, representando 25,5 por cento da receita bruta total.
Os destaques negativos foram:
i) Forte aumento das despesas operacionais, puxado pelo incremento das despesas de vendas e despesas administrativas, que mostraram menor diluição de custo fixo em relação ao crescimento alcançado pelas lojas; e
ii) Menor margem Ebitda (métrica de geração de caixa potencial) com 10,4 por cento contra 11,7 por cento do 3T19.
A empresa inaugurou 10 lojas no trimestre, em linha com o crescimento projetado na abertura de capital, entrando em mais 2 estados: Mato Grosso e Ceará, ambas no capital do estado.
A empresa apresentou fortes resultados, com números de receita e crescimento acima do projetado pelo mercado, cumprindo com a promessa feita no IPO de entrega de crescimento e rentabilidade. O Lucro Líquido no trimestre foi de 17,1 milhões de reais, com boa margem de 4,5 por cento em relação à Receita Líquida.
Acreditamos que o resultado tenha impacto positivo no preço das ações da Petz (PETZ3) no curto prazo, embora tenham valorizado 18,8 por cento no mês, contra 6,78 por cento do Ibovespa, à espera do resultado positivo. O desempenho positivo recente da ação pode limitar a continuidade do movimento positivo dos últimos dias.
O forte ritmo de expansão faz com que um número relevante de lojas ainda não tenha atingido o período de maturidade de 3 anos de operação, com cerca de 52 por cento das lojas ainda abaixo deste patamar, o que acreditamos ser um ponto positivo, dando espaço para continuar com o indicador vendas mesmas lojas (SSS) em patamares elevados, permitindo a expansão da Receita.
Os investimentos realizados continuam em linha, se compararmos os gastos por loja inaugurada. A combinação da estratégia digital com o tamanho relevante das lojas (500 a 1000 m² de área), faz com que as lojas atuem como mini centros de distribuição, reduzindo os custos e o ônus de operar CDs grandes e mantém o nível de estoque baixo, otimizando o uso do caixa e continuidade da agilidade nas entregas.
Neste trimestre a empresa mostrou a capacidade de entrega, mesmo após a abertura de capital e por enquanto esse ritmo não comprometeu a sua rentabilidade. Ainda a abertura de lojas em outros estados fora do eixo urbano da região sudeste é positiva, uma vez que o efeito novidade em localidades com menor poder aquisitivo acelera o processo de maturação e melhora na omnicanalidade da operação.
Os principais desafios e pontos a observar daqui em diante são:
i) Manutenção das margens em níveis saudáveis mesmo com crescimento, sobretudo na margem líquida;
ii) A Continuidade do ritmo de inaugurações de lojas e expansão; e
iii) Manutenção do crescimento da frente digital, sem comprometer o nível de despesas operacionais.
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