A Nike (NKE) apresentou nesta quinta-feira (18), após o fechamento do mercado, os seus resultados do terceiro trimestre do ano fiscal de 2021, que equivale ao período entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. O resultado veio misto, com receita abaixo do esperado devido aos desafios associados à pandemia. Porém, as margens apresentadas foram boas, e o lucro por ação também foi uma surpresa positiva.
A receita líquida foi de 10,35 bilhões de dólares no trimestre, um acréscimo de 3 por cento na comparação anual ou queda de 1 por cento na comparação com base em moeda constante. O resultado veio bem abaixo das expectativas, que girava na casa dos 11 bilhões de dólares.
A margem bruta foi de 45,6 por cento, um aumento de 130 pontos-base na comparação com o mesmo período do último ano. A companhia condicionou a melhora na margem ao mix de produtos, ao aumento nas vendas dos canais digitais e ao mix geográfico. Já o resultado operacional medido pelo Ebit Ajustado foi de 1,7 bilhão de dólares, um crescimento de 90 por cento na comparação anual.
Por fim, o lucro líquido foi de 0,90 dólares por ação, superando as estimativas, que giravam em torno dos 0,76 dólares por ação. O retorno sobre o capital investido (ROIC), relação entre o seu resultado operacional após impostos (EBI) e os ativos operacionais, alcançou a marca de 29,7 por cento anualizados, superando os 21,5 por cento dos 12 meses anteriores.
E Eu Com Isso?
O resultado da Nike veio misto, com uma melhora interessante nas margens e um lucro por ação acima das expectativas. Contudo, o mercado costuma pagar um prêmio mais elevado pelo desempenho na linha de topo, que acabou decepcionando as projeções em quase 6 por cento. Assim, esperamos impacto negativo no preço das ações NKE na sessão desta sexta-feira (19).
A empresa creditou o desempenho ruim da receita ao seu atacado, que sofreu devido ao i) atraso no cronograma de embarques de mercadorias devido à escassez global de contêineres e ii) desempenho ruim na região da EMEA (Europa, Oriente Médio e África) devido às restrições impostas nas atividades de varejo nos países. A companhia informou que 45 por cento das lojas na região ficaram fechadas nos últimos 2 meses do período. O desempenho no digital, porém, cresceu 60 por cento no período e foi um importante contraponto no resultado da região.
Com base em moeda constante, os desempenhos regionais foram os seguintes: América do Norte, queda de 11 por cento; EMEA, queda de 9 por cento; China, crescimento de 42 por cento; APAC/LATAM (Ásia-Pacífico e América Latina), queda de 8 por cento. A linha “Converse” desempenhou bem e cresceu 8 por cento na comparação anual. Sem dúvidas, o destaque à parte ficou por conta da China, que acabou “salvando” o resultado com forte crescimento nas vendas.
Os esforços mais intensos na digitalização da companhia também estão começando a surtir efeito, com melhora na eficiência da operação (margem) e maior eficiência na gestão dos investimentos (retorno sobre o capital investido).