A Comissão Europeia abriu mais uma investigação antitruste para avaliar se o Google (GOOG) violou as regras de concorrência da União Europeia ao favorecer seus próprios serviços de tecnologia de publicidade gráfica on-line.
A investigação examinará, principalmente, se a companhia está distorcendo a concorrência ao restringir o acesso de terceiros aos dados dos usuários para fins publicitários em sites e aplicativos, ao mesmo tempo que reserva esses dados para seu próprio uso.
A vice-presidente do órgão, Margrethe Vestager, afirmou estar preocupada com a preponderância do Google na região e na sua onipresença na cadeia da publicidade.
Isso porque o Google coleta dados a serem usados para fins de publicidade direcionada, vende espaço publicitário e também atua como intermediário de publicidade online.
Portanto, o Google está presente em quase todos os níveis da cadeia de suprimentos de publicidade online.
Muitos editores investem em anúncios pagos para gerar conteúdo gratuito para os consumidores.
Em 2019, os gastos com publicidade na União Europeia foram estimados em aproximadamente € 20 bilhões.
O Google fornece vários serviços de tecnologia de publicidade, intermediando anunciantes e editores a fim de exibir anúncios em sites ou aplicativos.
E Eu Com Isso?
Esperamos que as ações da trilionária companhia de publicidade e mídia digital tenham um desempenho abaixo dos seus pares na sessão desta terça-feira (22).
As investigações contra a companhia e as pressões regulatórias de forma alguma configuram alguma novidade no caso de investimento do Google.
Em 2019, a companhia foi multada em € 1,7 bilhões devido a práticas anti competição na região.
O valor representou 5% do lucro líquido daquele ano. Em 2018, a multa foi ainda maior, de quase US$ 5 bilhões.
Por se tratar de algo quase “recorrente”, as multas já parecem estar absorvidas na conta das margens operacionais da companhia, o que limita o potencial de desvalorização das suas ações a partir de investigações deste tipo.
Evidentemente, há um risco implícito nas grandes empresas de tecnologia com atuação global em caso de uma guinada política mais feroz nos grandes mercados globais.
Este era o principal temor a partir do final do ano passado, mas não é algo que foi visto até o momento.
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