Estão previstos para os próximos dois anos leilões de concessão de rodovias em todo o território brasileiro. A previsão de investimentos fixos (Capex) está em torno de 36,5 bilhões de reais somente para os leilões de concessões previstos para 2021. Em sua maioria são concessões federais, incluindo uma das mais rentáveis do País, a via Dutra, atualmente operada pela CCR (CCRO3), com previsão de 14,5 bilhões de reais em investimentos.
Na agenda ainda se encontram pacotes de concessões estaduais, ou seja, conjuntos de diversas rodovias de pequeno porte dentro do mesmo Estado ou regiões próximas, com previsão de mais de 60 bilhões de reais em investimentos totais. Destes, somente o mega pacote para renovação de seis lotes de rodovias no Paraná prevê um montante de 42 bilhões de reais de Capex.
O leilão de concessões no setor de infraestrutura vem sendo um dos principais pontos positivos do atual governo, com atuação firme e constante do ministério da Infraestrutura, destravando obras em todo o território nacional e vem atraindo empresas de diversas naturezas jurídicas, não somente operadores de concessões como a CCR e a Ecorodovias, mas fundos de investimentos como o Pátria, que se consolidou como quarta maior empresa operadora do país, Vinci Partners (fundo de private equity) e consórcios formados por empresas locais e menores com participação de algumas empresas estrangeiras.
E Eu Com Isso?
O setor de infraestrutura segue com agenda recheada para concessões de rodovias, com uma parte significativa dos leilões que estavam previstos para este ano sendo adiados para 2021. Uma parcela relevante desses leilões serão renovações de concessão, a exemplo da via Dutra. Ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, a Dutra conecta as duas principais cidades brasileiras e é operada pela CCR (CCRO3). O leilão está previsto para o terceiro trimestre de 2021.
Em termos de economia, os leilões são benéficos, gerando empregos no longo prazo, melhorando a infraestrutura de transporte, facilitando a interligação de municípios e aumentando o fluxo de capitais para o País. A tendência é que as ofertas dos pacotes estaduais tenham uma maior participação de consórcios ou grupos empresariais para dividirem os investimentos e a responsabilidade da operação e, nos leilões de maior porte, a concorrência deve ser mais acirrada, com a participação de grandes empresas, inclusive internacionais.
O ponto de atenção fica para a CCR (CCRO3), a maior concessionária de capital aberto, seguida pela Ecorodovias (ECOR3). Em nossa visão a CCR é a favorita para levar a renovação da concessão, que já opera há muitos anos, devido à sua experiência acumulada no ativo e deve fazer uma oferta mais otimizada, gerando um impacto positivo para a companhia.
Além das renovações de contrato, a CCR ainda espera a conclusão dos termos da renovação tarifária pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) de alguns de seus principais ativos, um dos principais gatilhos para as ações da companhia no curto prazo. Em complemento a companhia anunciou em Fato Relevante, na terça-feira (28) a assinatura de um termo aditivo para o reembolso de obras no aeroporto de Confins (MG) e receberá de imediato cerca de 33 milhões de reais, além da previsão de reembolso de até 272 milhões de reais para os próximos anos devido a obras de melhoria de responsabilidade federal, porém executadas pela companhia. Esperamos um leve impacto positivo no curto prazo para CCRO3.
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Leia mais sobre as empresas: CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3): Possível reequilíbrio de concessões rodoviárias.