A Camil, marca top of mind em se tratando de alimentos básicos da despensa como arroz, feijão, atum e açúcar, anunciou a aquisição da companhia Santa Amália, líder no segmento de massas em Minas Gerais, marcando a entrada da companhia no segmento.
A aquisição ainda será avaliada pelo Conselho de Administração e pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), porém não deve encontrar grandes resistências.
O valor total da aquisição anunciada é de R$ 410 milhões, sendo R$ 260 milhões pelo capital social da Santa Amália e R$ 150 milhões em endividamento.
O formato da transação (dinheiro, troca de ações, etc) ainda não foi revelada pela Camil, porém às 10h da manhã desta terça-feira, será realizada um Conference Call ao mercado para mais detalhes da transação.
E Eu Com Isso?
A aquisição, caso efetivada, abre um caminho interessante para a Camil (CAML3) para expandir em um mercado forte e com grande potencial de consumo, além de sinergias a serem capturadas nas frentes comerciais e no trading de matéria-prima.
A Santa Amália possui cerca de 44% de participação de mercado no segmento principal de massas (mainstream) e obteve um faturamento de R$ 476 milhões em 2020, cerca de 6,3% do valor da receita líquida total da Camil no ano de 2020.
Enxergamos um movimento positivo na aquisição, e esperamos um impacto levemente positivo no curto prazo para as ações da companhia (CAML3), mas é necessária uma atenção, dado que movimentos recentes de aversão a risco na bolsa brasileira podem neutralizar os efeitos positivos do anúncio.
No cenário de curto prazo, o setor de alimentos básicos ainda vem sofrendo com pressão de custos, com alta generalizada dos preços de commodities agrícolas e câmbio desvalorizado, com repasse de preços ainda menor que a alta nos custos, gerando rentabilidades piores.
No longo prazo, a força da marca da Camil e cenário de câmbio mais ameno e estabilização no ciclo de commodities no lado da oferta principalmente, devem retomar as boas margens detidas por empresas do setor.
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