O número de investidores pessoas físicas na Bolsa de Valores tem crescido consideravelmente ao longo dos anos. De acordo com o mais recente levantamento da B3, o primeiro semestre de 2021 teve um aumento de 43% no número de investidores na renda variável, ante o mesmo período de 2020, fechando o mês de junho com 3,8 milhões de contas.
Dessa forma, com a chegada dos novos investidores pessoas físicas, o valor em custódia investido em renda variável alcançou R$ 545 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, cifra 55% superior à registrada no mesmo período de 2020.
Além disso, o volume de negócio diário também subiu. No primeiro semestre de 2021 houve um aumento de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 14 bilhões.
O levantamento da B3 também revela a chegada de investidores mais jovens e de outras localidades do Brasil, além de São Paulo e Rio de Janeiro.
“Pessoas cada vez mais jovens e de outras regiões do país vêm percebendo as oportunidades de investir na bolsa e se dando conta de que podem começar com valores que cabem no bolso. Com mais opções de diversificação na carteira é possível se planejar para atravessar as oscilações do mercado rumo a novas fontes de rendimento” diz Felipe Paiva, diretor de Relacionamento e Pessoa Física da B3.
Assim, a região Sudeste é a que concentra a maior porcentagem de investidores. Porém, a pesquisa mostra que, entre 2018 e 2021, as demais regiões do Brasil têm apresentado um maior aumento relativo. Para se ter ideia, as regiões Norte e Nordeste cresceram 575% e 486%, respectivamente, neste período.
Mulheres na Bolsa
De acordo com os dados da B3, é possível notar que as mulheres fazem o primeiro aporte com ticket mediano superior ao dos homens, sendo R$ 481 contra R$ 303.
Ademais, a participação feminina em investimento em BDRs (Brazilian Depositary Receipt) também registrou aumento. Atualmente, elas representam 25% do total de investidores, enquanto em 2019 esse valor era de 18%.
Mercado de ETFs e BDRs
Os ETFs (Exchange Traded Fund) e BDRs cresceram, respectivamente, 104% e 2.982% em número de investidores no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período em 2020.
Paiva explica que “a disseminação de informações sobre ETFs, demonstrando a possibilidade de diversificação que ele permite, e a flexibilização nas regras de BDRs, possibilitando o acesso às pessoas físicas, fizeram com que os dois produtos crescessem dessa forma nesse primeiro semestre”.
Além disso, o amadurecimento dos investidores brasileiros e a consequente procura por investimentos em empresas de fora do Brasil também ajudam a explicar esse crescimento.
Outro dado que reforça a evolução na forma de investir dos investidores é o volume médio diário negociado de BDRs. Esse valor totalizou R$ 166 milhões, um salto de 2.827% sobre os seis primeiros meses de 2020.
Por fim, apesar desses novos modelos de investimento, as opções mais tradicionais continuam muito bem. Os Fundos Imobiliários, por exemplo, fecharam o primeiro semestre de 2021 com 1,4 milhões de investidores, alta de 56%.