Especula-se que foi no Texas, terra dos cowboys e duelos de bangue-bangue, que surgiram os primeiros clubes de investimentos. Ali, no final do século XIX, essa forma de aplicação coletiva deu os seus primeiros passos.
Se o risco era iminente em meio ao ambiente mais hostil do Velho Oeste, para o investimento que surgia não foi diferente. Nasceu e segue por um caminho um tanto quanto arriscado – que já vou explicar os porquês. Mas antes, vamos começar do começo.
O que são?
Para compreender o que são os clubes de investimentos, você pode pensá-los na mesma lógica dos fundos de investimentos.
Como nos grandes fundos, há a possibilidade de aplicação nas mais diversas classes de ativos. Aqui, no mínimo 67% do patrimônio deve estar nas seguintes possibilidades:
– Ações
– Certificados de depósito de ações
– Bônus de subscrição
– Recibos de subscrição
– Cotas de fundos de índice (ETFs) de ações
– Debêntures conversíveis em ações emitidas por companhias de capital aberto
O restante pode ser alocado em outros ativos, como: opções, títulos públicos, cotas de fundos de “Curto Prazo”, “Referenciado” e “Renda Fixa”.
No entanto, no clube há limite para o número de participantes, que deve ser de três a 50. Cada integrante tem direito a uma parcela, conhecida como cota – sendo que nenhum deles pode ter mais do que 40% de participação.
Assim como em um fundo, existem os responsáveis: o administrador, que pode ser uma corretora, banco ou outra instituição financeira apta a realizar o trabalho.
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Aqui, porém, está a grande diferença: quem realiza gestão do patrimônio são os próprios membros. Ela pode ser mediante a escolha de um ou mais responsáveis por alocar os recursos ou ainda pode-se optar por contratar um gestor competente para fazer isso. Ele deve ser certificado e credenciado à CVM, eleito pela assembleia geral e receberá o pagamento de uma taxa de performance e administração.
Nosso conhecido
É neste momento que o risco entra em cena: o risco
Pense comigo: se já é difícil escolher um bom gestor para um fundo de investimento – aquela pessoa capaz de encontrar as melhores oportunidades e identificar as assimetrias – mesmo com anos de experiência no mercado financeiro… Agora imagine delegar essa função de administrar o seu dinheiro a um conhecido ou amigo que deseja aprimorar suas técnicas.
Eu, particularmente, prefiro deixar essa tarefa para quem é mais capacitado e responsável.
É melhor pagar a taxa de administração devida do que correr riscos desnecessários (já que ganhar dinheiro não é tão simples assim). Nos clubes, uma das vantagens alegadas é a possibilidade de diluição dos custos de transação e até a isenção de outros.
A vantagem do Imposto de Renda de apenas 15% no resgate é realmente atraente. Mas você pode contornar facilmente essa opção, escolhendo a categoria de fundo que também sofre o mesmo desconto.
Portanto, a possibilidade de diversificação por meio dos clubes de investimentos, hoje em dia, já perdeu a sua atratividade. A facilidade em investir de forma diversificada – com custo cada vez menor – que encontramos nas corretoras independentes solapou iniciativas como os clubes. Por isso, o seu apelo foi perdido e substituído por uma gestão mais profissional e assessorada que é realizada atualmente.
Na dúvida entre o certo e o duvidoso, não vejo porque cair em riscos desnecessários.