A culpa é de quem?
O FMI anunciou ontem uma redução na expectativa para o crescimento da economia mundial, de 3,5 para 3,3 por cento para o ano de 2019. As Bolsas internacionais reagiram negativamente, mas na Europa, ou seja, aqui em Genebra, de onde escrevo este texto, as Bolsas subiram, reforçando sua trajetória de altas iniciada em janeiro.
Aqui na Europa, existem duas ordens do dia para o mercado financeiro: 1) O banco central Chinês anunciou seu programa de expansão fiscal, o quantitative easing, ou impressão de dinheiro. É a enésima tentativa de reviver uma economia que vem perdendo torque de crescimento há alguns anos; 2) o programa de expansão fiscal do próprio banco central europeu, que também promete aumentar a liquidez – nome fantasia para dinheiro barato.
Um cenário onde o governo injeta dinheiro na economia tende a desvalorizar a moeda, uma vez que haverá maior oferta na praça. Daí a expectativa de um euro menos valorizado contra o dólar americano no médio prazo.
E Eu Com Isso?
Os esforços dos bancos centrais para estimular crescimento econômico na caneta e pela impressora estão aí desde a crise de 2009, e não têm gerado o crescimento ao nível esperado.
Se observarmos a queda das Bolsas no quarto trimestre de 2018, e a efusiva trajetória de alta no primeiro trimestre de 2019, veremos que não houve nenhuma mudança fundamental que leve à uma condição econômica sustentável. O que houve, simplesmente, foi a mudança de posição do Fed (banco central americano), que anunciava aumentar os juros, e resolveu mantê-los baixos.
A queda na expectativa de crescimento da economia mundial pode ser a faísca de ignição do período de consolidação e talvez queda nas Bolsas internacionais que estamos prevendo, aqui neste espaço. A nova política do Fed parece já estar descontada pelo mercado e, mesmo com uma chance de uma fisgada de euforia final, estamos nos preparando para esta consolidação nesse segundo trimestre.