Menos importante para o mercado, mas tão importante quanto a eleição presidencial para o mundo político, as eleições para os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal devem ter peso importante no xadrez político de 2022.
Os governos estaduais são importantes canais de palanque eleitoral para um presidente, mas não apenas – é pensando nos seus respectivos Estados que senadores norteiam seus mandatos legislativos e acabam sendo importantes pontes de diálogo entre o Executivo federal e estadual.
Desse modo, grande parte dos presidenciáveis buscam lançar aliados em estados estratégicos de modo a disputar as cadeiras de governador e para o Senado Federal. Lembrando que, em 2022, cada estado apenas vota em um senador, por conta do mandato de oito anos e alternado com a eleição de duas cadeiras, ocorrida em 2018.
De olho em 2022, temos que 9 governadores já cumprem seu segundo mandato e, portanto, não poderão se reeleger. Adicionando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul (onde, por conta das prévias do PSDB, os atuais governadores abriram mão da reeleição no âmbito estadual), serão 11 estados comandados por novos governadores a partir de 2023.
Outros 15 estados e o Distrito Federal contam com seus respectivos governadores tentando um segundo mandato, com destaque para dinâmicas regionais: no Centro-Oeste, o União Brasil e o MDB tentam manter sua hegemonia, enquanto o PT tenta retomar terreno no Nordeste e o bolsonarismo busca a reeleição em importantes estados das regiões Sul e Sudeste, como Paraná e Rio de Janeiro.
Tão importante quanto observar os candidatos à reeleição, é mapear, também, quais senadores que ainda exercem seu mandato irão abrir mão do Legislativo para tentar voos maiores para o governo do Estado. Nesse sentido, aliados do atual governo são os que mais traçam tal movimento. É o caso de Jorginho Mello (PL-SC), Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Zequinha Marinho (PL-PA), além de alguns ministros que tentam o governo do estado (Tarcísio Gomes, em São Paulo, João Roma, na Bahia, entre outros).
E Eu Com Isso?
As eleições estaduais são dinâmicas secundárias, mas que valem ser acompanhadas pelos mercados na medida em que esclarecem as estratégias presidenciáveis e enfoques específicos sobre eleitorados regionais – de olho na votação para o próximo ocupante do Palácio do Planalto.
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