Os investidores se preparam para três dias sem negociações no mercado devido ao Natal. E as primeiras pesquisas médicas sobre a variante Ômicron do coronavírus indicam que o presente está mais ou menos garantido. Um levantamento realizado por cientistas na Escócia indica que a possibilidade de as infeções relacionadas à Ômicron resultarem em internação hospitalar são apenas um terço da probabilidade da variante Delta. Outra equipe de pesquisadores, dessa vez do Imperial College em Londres, chegou a conclusões parecidas, embora o percentual tenha sido menor. Segundo essa pesquisa, a probabilidade de internação decorrente das infecções pela Ômicron é 45% menor do que no caso da Delta.
Apesar de a diferença entre 66% e 45% ser enorme, o fato de a Ômicron aparentemente ser menos severa que as variantes anteriores é uma excelente notícia. Indica que há menos probabilidade de os governos serem obrigados a decretar novamente medidas de isolamento social para conter a disseminação do vírus, como ocorreu de maneira intermitente durante 2020 e 2021.
Qualquer projeção em termos do desenvolvimento de novas variantes e mutações do coronavírus é arriscada. No entanto, há uma expectativa da comunidade científica de que as novas cepas serão menos severas, e que as versões futuras da covid-19 vão se assemelhar a outras viroses. Ou seja, serão menos danosas para a atividade econômica. Isso, e a popularização das vacinas, poderá fazer com que as sociedades superem o trauma da pandemia.
Também há boas notícias no campo da prevenção. Estudos de laboratório indicam que uma terceira dose da vacina da AstraZeneca foi capaz de elevar bastante os anticorpos contra a Ômicron. E a vacina em pílulas produzida pelo laboratório americano Pfizer foi aprovado na quarta-feira (22) para uso nos Estados Unidos pela FDA (Food and Drug Administration), equivalente à Anvisa brasileira.
Não é apenas o coronavírus que está mais suave. A inflação também desacelerou. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) foi de 0,78% em dezembro, 0,39 ponto percentual abaixo do 1,17% de novembro. Em dezembro de 2020, a inflação havia sido de 1,06% isso.
Com isso, o IPCA-15 fechou 2021 em 10,42%. Foi a maior taxa acumulada do ano desde os 10,71% de 2015, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IPCA-15 veio levemente abaixo das projeções, que eram de cerca de 0,8%.
No Exterior, há expectativas de que o PCE (Personal Consumer Expenditure), índice de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, também indique uma inflação mais bem-comportada. A projeção para o núcleo (“core”) do PCE, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e combustíveis, é de 0,4% em novembro e 4,5% em 12 meses, segundo os analistas da Levante Ideias de Investimentos. Para comparar, o CPI (Consumer Price Index) até novembro registrou uma alta de 6,8% em 12 meses.
Covid e inflação mais comportados são sinais de normalização da economia, com uma melhora das expectativas que vem sendo antecipada pelos investidores.
E Eu Com Isso?
Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o último pregão antes do Natal com uma leve alta, devido às perspectivas mais positivas para a variante Ômicron do coronavírus.
As notícias são positivas para a Bolsa.
—
Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.
—