Tradicionalmente, as últimas semanas do ano são períodos de atividade reduzida nos mercados. Há dois bons motivos para isso. O primeiro é que, com o ano praticamente encerrado, os profissionais que administram recursos preferem não arriscar.
Isso faz sentido. Se o resultado do período que está se encerrando foi positivo, não há motivo para arriscar um desempenho bom. Resumidamente, a pergunta clássica: qual o potencial de ganho (upside) e qual o potencial de perda (downside)?
Se, ao contrário, os números não foram tão animadores, um movimento errado pode piorar ainda mais a situação. É recomendável, portanto, evitar os riscos, calibrar as posições, respirar fundo e começar a desenhar uma estratégia melhor para o ano que vem.
A contrapartida dessa propensão dos mercados a reduzir suas atividades nos últimos pregões do ano é que os preços podem ficar mais voláteis. Com menor liquidez, compras e vendas menores têm mais potencial para alterar os preços. Por isso, as notícias ruins do fim de semana vêm movimentando as cotações.
O recrudescimento da variante Ômicron do coronavírus na Europa assustou os investidores. Na Holanda, as autoridades anunciaram restrições severas na noite do domingo (19), que deverão perdurar até o dia 14 de janeiro. Apenas supermercados e lojas essenciais vão funcionar. As reuniões, ainda que familiares, estão restritas a duas pessoas. No Natal e no Ano Novo, apenas, o número sobe para quatro pessoas.
Com algumas alterações, esse é o panorama da Europa. No Reino Unido, o governo ainda está hesitando em fechar tudo, apesar do aumento significativo dos casos. No entanto, países como Alemanha e França estão impondo restrições a passageiros vindos das ilhas britânicas.
Do outro lado do Atlântico, o respeitado infectologista Anthony Fauci, principal assessor médico do presidente americano Joseph Biden, disse que as contaminações pela variante Ômicron estavam “se espalhando furiosamente” por todo o mundo. Ele acrescentou que, nas próximas semanas, os hospitais americanos voltarão a enfrentar uma situação de crise. “Temos muitas pessoas neste país que deveriam ter tomado a vacina, mas não tomaram”, e elas poderão lotar os hospitais.
Com tudo isso, os mercados iniciam a semana em baixa. Na Ásia, as ações caíram 2,1% em Tóquio e 1,9% em Seul. Na Europa, o índice alemão Dax é o mais afetado, com uma queda de 1,8% no fim da manhã (horário local). E nos Estados Unidos, os contratos futuros do índice S&P 500 estão em baixa de 1,2%.
E Eu Com Isso?
A semana se inicia com os contratos futuros do Ibovespa abrindo com uma queda superior a 1%, na esteira dos resultados ruins dos pregões internacionais provocados pelo temor de recrudescimento das medidas de restrição econômica.
As notícias são negativas para a bolsa.
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