O presidenciável Ciro Gomes (CE) foi às redes sociais para anunciar a suspensão de sua pré-candidatura para o pleito de 2022, após a maioria dos deputados federais da sigla votarem a favor da PEC dos Precatórios, possibilitando que ela fosse aprovada na madrugada desta quinta-feira (4).
O partido foi duramente criticado pela oposição e por políticos independentes do governo, mas que se mostravam contrários à aprovação do projeto. Em clara descoordenação da bancada federal com a cúpula partidária, 15 deputados votaram a favor da PEC, 6 foram contrários e 3 não compareceram à sessão plenária.
Segundo o presidente da legenda, Carlos Lupi, a pauta não era prioridade no Legislativo e, na prática, o que ocorreu foi a liberação da bancada para que cada deputado pudesse tomar sua decisão individualmente.
Em contrapartida, a posição aliada ao governo atinge diretamente as pretensões de Ciro Gomes ao Planalto, em 2022 – daí a reação do cearense.
A fim de apaziguar os ânimos, Lupi divulgou na tarde desta quinta que a sigla havia entrado com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para que a votação da PEC dos Precatórios fosse anulada.
O argumento é de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria realizado manobra legislativa que viola princípios constitucionais ao permitir que deputados em missões oficiais pudessem votar de maneira remota.
Da mesma forma, as bancadas do PDT na Câmara e no Senado já anteciparam que reviram seus respectivos posicionamentos e devem votar contrariamente à PEC nas próximas ocasiões. Na Casa Alta, atualmente são três senadores representando a legenda.
A mesma pressão ocorreu no PSB, que teve também dissidências internas – proporcionalmente menores que dos pedetistas – e deve reforçar questão contrária à PEC nas próximas votações.
Com isso, o governo e líderes da base aliada já revisaram cálculos políticos e trabalham para reforçar o quórum de partidos governistas na próxima terça-feira (9), evitando reprovação da PEC em segundo turno.
E Eu Com Isso?
A despeito da reação dos partidos de oposição e a consequente perda de votos que foram essenciais à aprovação do projeto neste primeiro turno, a tendência é de um placar ainda maior a favor do governo no segundo turno de votação.
Nesse sentido, a pauta legislativa da semana que vem deve ser bastante cheia, a fim de atrair todos os interesses parlamentares para Brasília e evitar agendas de deputados em suas bases locais.
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