Nesta terça-feira (6), o Pentágono – símbolo do Departamento de Defesa dos Estados Unidos – cancelou o contrato para o projeto de computação em nuvem (cloud computing) chamado de JEDI (Joint Enterprise Defense Infrastructure), assinado junto à Microsoft e avaliado em US$ 10 bilhões.
Potencialmente, buscar-se-á um acordo duplo com Microsoft (MSFT) e a Amazon (AMZN).
Iniciado em 2018, o projeto JEDI era um contrato inicial com validade de dois anos em que uma empresa de tecnologia ficava responsável por administrar os mais de 500 sistemas de nuvem do órgão de defesa.
Dentre diversas incumbências, estava o armazenamento e processamento de grandes quantidades de dados, permitindo que os militares americanos melhorem a comunicação com seus soldados em campo e usassem a inteligência artificial para melhor gerenciar o plano de guerra.
Importante lembrar que o projeto foi alvo de contestações legais por parte da Amazon desde que foi concedido à Microsoft.
O argumento da gigante do varejo era de que o processo foi injusto e houve interferência indevida por parte do ex-presidente Donald Trump, uma figura que, possivelmente, não era cara à Jeff Bezos.
E Eu Com Isso?
Claramente, a notícia é positiva para a Amazon e negativa para Microsoft.
Nesta terça-feira (6), as ações da Amazon (AMZN) avançaram 4,69%, enquanto as da Microsoft (MSFT) fecharam próximas à estabilidade.
Acreditamos que os ganhos da Amazon possam se estender nas demais sessões desta semana.
Em 2020, o segmento de cloud computing da Amazon (AWS) fechou o ano com receita de US$ 45,37 bilhões (11,8% do total).
A margem do segmento gira em torno dos 30%, logo, um contrato de US$ 5 bilhões poderia adicionar até US$ 1,5 bilhão adicionais de resultado operacional (EBIT) por ano para a companhia, ou aproximadamente 5% do EBIT dos próximos 12 meses.
Este foi mais ou menos o impacto na ação, mesmo em um dia negativo para os mercados.
As ações AMZN seguem de lado desde fevereiro após o anúncio da transição Bezos-Jassy, cuja passagem de bastão foi celebrada na abertura deste segundo semestre.
Um belo começo diante de tanta desconfiança.
O mercado de cloud computing é um dos trunfos do novo CEO, que vê adiante alguma pressão competitiva no setor.
Números recentes mostram que os concorrentes diretos (Microsoft, Google e Alibaba) cresceram a uma taxa acima da Amazon no ano passado no setor, ou seja, a despeito de um bolo maior, a fatia proporcional da Amazon diminui.
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