Na noite desta terça-feira (11), após o fechamento de mercado, a maior distribuidora de combustíveis do país, BR Distribuidora, divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2021.
A continuidade de implementação de medidas de eficiência começa a aparecer nos resultados. O 1T21 foi o primeiro trimestre em que houve um ganho forte de rentabilidade mesmo com volume de vendas em patamares ainda aquém da capacidade total da companhia.
O volume total de vendas foi de 9,337 milhões de metros cúbicos, 1,6 por cento superior ao 1T20, porém 9,2 por cento abaixo do 4T20, com os segmentos mais relevantes (rede de postos e grandes consumidores – B2B) apresentando quedas próximas a 10 por cento no volume total apresentado no 4T20.
O destaque ficou com o crescimento anual no volume de óleo combustível de 67,4 por cento, um indicador da volta da indústria em geral, além do maior volume de diesel (9,5 por cento acima do 1T20), compensados principalmente por menores volumes de aviação (12 por cento inferior ao 1T20) e Coque (35,6 por cento inferior ao 1T20).
A receita líquida alcançou cerca de 26,1 bilhões de reais, crescimento de 23,3 por cento na comparação anual e 7,6 por cento acima do 4T20. O lucro bruto ficou em 1,87 bilhão de reais, com margem de 7,2 por cento, 0,9 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, que havia sido o melhor período desde o início da pandemia.
O Ebitda (métrica da geração de caixa bruta da companhia), ajustado por efeitos não recorrentes, alcançou 1,18 bilhão de reais, com uma margem Ebitda por metro cúbico de combustível distribuído de 127 reais em linha com os melhores patamares de rentabilidade histórica de seus pares diretos e inclusive acima de um dos principais concorrentes, a Ultrapar, apresentado neste 1T21.
O lucro líquido ficou em 492 milhões de reais, uma alta expressiva de 110 por cento em relação ao 1T20. A linha não é comparável ao 4T20, devido ao ganho bilionário atuarial do trimestre anterior devido aos efeitos positivos da mudança de plano de saúde dos colaboradores, de uma administração própria da companhia para uma empresa terceirizada especializada.
E Eu Com Isso?
O resultado foi bom e acima do esperado, com uma surpresa positiva na margem Ebitda da companhia, que mesmo com menor alavancagem operacional devido aos volumes menores de venda, mostra finalmente indicadores dignos de uma companhia com alto padrão de operação. Esperamos uma reação positiva do mercado no curto prazo.
A estratégia comercial e sistema de precificação mais eficiente permitiram à companhia praticar preços em linha com os aumentos observados nas refinarias neste trimestre, obtendo margens recorrentes superiores e em patamares recordes em relação ao histórico da companhia.
A BR Distribuidora já distribuiu cerca de 2,3 bilhões de reais em remuneração aos seus acionistas no ano de 2021, relativos aos resultados de 2020, um equivalente a 10,8 por cento de retorno em proventos, um dos maiores patamares do mercado.
Ainda há espaço para mais pagamento de dividendos em 2021, se considerarmos uma melhora gradual dos volumes daqui em diante, continuidade da implementação de medidas de eficiência operacional, que segundo a companhia, ainda tem cerca de 450 milhões de reais em despesas anuais a serem economizadas, além da aceleração do sistema de precificação com potencial de adição de mais 100 milhões de reais em lucro bruto, ainda neste ano de 2021.
Mesmo com o pagamento bilionário de proventos, a companhia melhorou sua rentabilidade e o perfil de endividamento a ponto de manter sua alavancagem financeira em 1,2 vezes na relação Dívida Líquida / Ebitda, o que abre ainda espaço de sobra para investimentos e maiores pagamentos de proventos, sem comprometer a saúde e a disciplina na alocação de capital.
Há o potencial de expansão mais forte na frente de receita e margem bruta nos segmentos de aviação, ainda muito abaixo dos volumes pré-pandemia, além de parceria com a Lojas Americanas (LAME3/LAME4 e BTOW3) para a operação de lojas de conveniência com potencial de trazer cada vez mais tráfego e fluxo para a rede de postos da BR. O momento segue bastante favorável para a companhia, que ainda vê espaço para ganhar tanto na receita, como na margem.
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