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Resultados da Disney

A Walt Disney Company (DIS) apresentou nesta quinta-feira (11) os seus resultados do primeiro trimestre do ano fiscal de 2021, equivalente ao quarto trimestre do ano calendário de 2020. O resultado veio acima das expectativas em termos de receita e lucro líquido.

A receita líquida foi de 16,25 bilhões de dólares, queda de 22 por cento na comparação anual, mas acima das expectativas, que giravam em torno dos 15,9 bilhões de dólares. O principal destaque na linha de receitas foi o segmento de Direct-To-Consumer (DTC), que engloba, entre outras operações, os serviços de Streaming Disney+, ESPN+ e Hulu. O crescimento foi de 73 por cento na comparação anual.

O resultado operacional foi de apenas 30 milhões de dólares, uma queda de 99 por cento na comparação anual. A Disney também separa no seu relatório o resultado do somatório das operações desconsiderando os custos e despesas não-operacionais. Com este resultado “ajustado”, o resultado do somatório das operações foi de 1,33 bilhões de dólares, queda de 67 por cento na comparação anual.

Por fim, o lucro líquido ajustado foi de 0,32 dólares por ação, 78 por cento a menos que no 4T19. O mercado esperava um prejuízo por ação de pelo menos 0,3 dólares por ação.

E Eu Com Isso?

Não intuitivamente, o resultado da Disney foi ruim, mas “menos pior” que o esperado. Dessa forma, esperamos impacto positivo no preço das ações (DIS) na sessão desta sexta-feira (12).

A queda do resultado operacional e do lucro demonstra que a Disney vem sofrendo com a pandemia. Com o fechamento dos parques, resorts, cinemas e a queda na venda de produtos licenciados, a desalavancagem operacional está sendo enorme, praticamente zerando as suas margens operacionais.

A linha de mídia tradicional (canais de televisão) ficou praticamente estável e gerou 7,7 bilhões de dólares em receita. A venda de conteúdos e licenciamento contribuiu com 1,7 bilhões de dólares, queda de 53 por cento na comparação anual. O segmento segue impactado pelo fechamento dos cinemas no mundo.

O segmento de parques, experiências e produtos também tem sido bastante afetado. Neste trimestre a receita foi de 3,6 bilhões de dólares, queda de 53 por cento na comparação com o 4T19. Embora alguns parques tenham reaberto ao longo do tri, a Disneylândia Paris fechou no dia 30 de outubro (2/3 do trimestre), Hong Kong fechou dia 2 de dezembro. E os demais parques que permaneceram abertos, operaram com uma capacidade extremamente reduzida.

Nesse contexto operacional, a queima de caixa foi inevitável. Neste trimestre, a geração de caixa das operações foi de apenas 75 milhões de dólares, mas o consumo de caixa dos investimentos nos parques, resorts e outras propriedades foi de 732 milhões de dólares, ainda que o montante investido tenha sido 45 por cento menor que no mesmo período de 2019. Considerando os ajustes, a geração de caixa livre (Free Cash Flow) foi negativa em 685 milhões de dólares.

Copo meio cheio: a Disney vem numa toada de transformação digital, investindo cada vez mais no segmento DTC (serviços de streaming). Neste trimestre, o número de assinantes do Disney+ chegou a 94,9 milhões, crescimento de 258 por cento na comparação anual. O número de assinantes do ESPN+ também cresceu 83 por cento.

A reação positiva das ações nas negociações pós-fechamento indica que o mercado deve refletir o avanço do streaming no trimestre, entendendo que o resultado dos parques é algo premeditado e, até certo ponto, compreensível, enquanto o avanço no negócio digital aponta para um futuro promissor.

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Leia mais: Uber divulga 4T20.

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