Após ter sua demissão dada quase como certa na semana passada, André Brandão deve continuar no cargo de presidente do Banco do Brasil (BBAS3). Sua permanência parecia estar com os dias contados após ele ter anunciado uma série de medidas para cortar custos, com fechamento de agências e programa de demissão voluntária. Apesar de algo previsto pelo mercado, o presidente Jair Bolsonaro teria ficado incomodado com a falta de tato político em fazer essas medidas enquanto o governo negocia apoio nas eleições para líder da Câmara e do Senado.
Segundo fontes, após a notícia especulando a saída do CEO, tanto a equipe econômica quanto a ministra da agricultura, Tereza Cristina, fizeram um esforço para segurar Brandão no cargo. Ao que tudo indica, Brandão deve se manter no cargo e as medidas anunciadas também devem se manter. Após a repercussão desta história na mídia, qualquer alteração deve mandar uma mensagem ao mercado de interferência do governo na gestão do banco.
E Eu Com Isso?
Enxergamos a manutenção de André Brandão como CEO do Banco do Brasil (BBAS3) como positiva, porém parte do estrago feito com a especulação de sua saída já está feito. A ameaça de perder o cargo por medidas consideradas pelo mercado como necessárias para melhorar a eficiência do banco gera desconfiança sobre a independência da gestão. Por isso acreditamos que outras medidas benéficas para o banco, mas impopulares, não serão implementadas tão cedo.
Acreditamos que uma comunicação oficial em apoio a Brandão por parte do presidente deveria acalmar um pouco a questão, porém não tivemos nenhum tipo de comunicação oficial sobre esta notícia até o momento. A confiança quanto à independência da gestão do banco já ficou claramente abalada por parte dos investidores, o que deve impactar de forma negativa a performance das ações do Banco do Brasil (BBAS3) em relação aos outros grandes bancos do país nos próximos meses.