Ao final de 2020, a Braskem (BRKM5) endereçou os grandes problemas que derrubaram a cotação das ações da empresa no ano. São elas o afundamento do solo em regiões próximas à operação de extração de sal-gema em Alagoas, definição do contrato de fornecimento de Nafta com a Petrobras e a disputa pelo fornecimento de etano (principal matéria-prima na planta mexicana) com o governo local.
Em Alagoas, a companhia chegou a um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE-AL) no valor de 12,7 bilhões de reais para a reparação dos danos causados na região, além de um adicional de 3 bilhões de reais relativos ao fechamento de algumas minas, em acordo celebrado com a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Com a Petrobras foi celebrado um contrato de fornecimento de Nafta vigente pelo prazo de 5 anos, garantindo 2 milhões de toneladas por ano de uma das principais matérias-primas para a Braskem.
Já no México, a disputa com o governo local é relativa ao preço de compra de etano da Pemex pela Braskem, resultando em corte total do produto pelo México, paralisando a Braskem Idesa (operação no México), porém a companhia já vem acertando a importação de 100 por cento do produto via EUA.
E Eu Com Isso?
O endereçamento destes grandes problemas pela Braskem é bastante positivo para a companhia no médio e no longo prazos, principalmente pela maior previsibilidade acerca dos resultados futuros. Isso favorece o processo de venda de controle por parte da Odebrecht e Petrobras (PETR3/PETR4), já em discussão há alguns anos.
Em Alagoas, os processos judiciais movidos contra a Braskem previam em torno de 40 bilhões de reais em reparos, valor muito acima do acordo final assinado pela empresa com os órgãos competentes. Acreditamos que isso era um dos principais pontos de dificuldade para a continuidade do processo de desinvestimento de seus controladores (Odebrecht e Petrobras).
As ações da Braskem (BRKM5) já refletiram levemente a retirada de grande incerteza relativa a esses problemas, com uma alta acumulada de 4,2 por cento no mês de dezembro, porém ainda devem seguir com pressão negativa devido ao alto valor provisionado para os incidentes em Alagoas e os aumento de custos no México, que representa cerca de 15 por cento de todo o resultado da companhia, prejudicando os resultados daqui em diante.
Acreditamos que o principal catalisador para as ações da Braskem é o processo de venda de participação acionária da Odebrecht e Petrobras.