As ações iniciaram 2021 em alta. Os contratos futuros do Índice Bovespa abriram os negócios nesta segunda-feira com uma alta superior a 1 por cento, rompendo o nível psicológico de 120 mil pontos. Os contratos futuros do índice americano Standard & Poor’s de 500 ações sobem 0,4 por cento no início do dia. Na Europa, as ações também começaram a semana eufóricas. Em Londres, a alta supera 2,5 por cento, e em Frankfurt as ações avançam mais de 1,5 por cento no início do dia.
O que justifica tanto otimismo? A razão é a mesma e a única: o avanço na aprovação das vacinas ao longo do fim de semana. Países tão diversos quanto a Índia, a Inglaterra e a Argentina já estão colocando seus programas de imunização em marcha, o que representa o primeiro passo para a volta da normalidade às relações econômicas.
Mais do mesmo? Pode até ser. No entanto, uma das poucas certezas entre os investidores é que o divisor de águas para a normalização das relações econômicas é a vacinação das populações. Segundo autoridades sanitárias americanas, os efeitos positivos podem vir antes do esperado. Em Nova York, a estimativa é que, com 10 por cento da população imunizada e a manutenção das medidas de isolamento, o número de casos começará imediatamente a cair. Ou seja, o impacto positivo das vacinas sobre a economia será intenso e, eventualmente, rápido.
O vírus não vai acabar, nem deixará de fazer vítimas por algum tempo. Mesmo assim, se for possível restringir seus efeitos, a economia poderá voltar ao normal antes do que se espera. É com base nessa expectativa que os mercados sobem no início de 2021.
Boletim Focus
A primeira edição do Boletim Focus, do Banco Central (BC), de 2021 mostra que as projeções para este ano começaram a ser revistas. O prognóstico para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 recuou para 3,40 por cento, ante os 3,49 por cento do levantamento anterior. Já a projeção para a inflação medida pelo IPCA manteve-se praticamente estável em 3,32 por cento, ante os 3,34 por cento da semana anterior. A taxa de câmbio e a taxa referencial Selic previstas para dezembro permaneceram inalteradas, em 5 reais e 3 por cento, respectivamente.
Indicadores I
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou uma inflação de 1,07 por cento na semana encerrada em 31 de dezembro de 2020, ficando 0,14 ponto percentual abaixo da taxa registrada na última divulgação.
Com este resultado, o IPC-S mostra que a inflação ao consumidor foi de 5,17 por cento no acumulado de 2020 e nos últimos 12 meses. Os preços desaceleraram em quatro das oito classes de despesa componentes do índice. A maior queda foi do grupo Educação, Leitura e Recreação. Os preços retrocederam 0,58 por cento, após terem subido 2,19 por cento na semana anterior. A maior queda foi nas passagens aéreas. Os preços caíram 9,49 por cento, após terem subido 9,62 por cento no levantamento anterior.
Indicadores II
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) recuou 0,4 ponto em dezembro, para 95,2 pontos. Em médias móveis trimestrais, o ICE inverte a tendência de alta iniciada em julho e recua 0,7 ponto no mês. O ICE consolida os índices de confiança de quatro setores: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cedeu 0,2 ponto, para 97,8 pontos, após subir por sete meses consecutivos. O Índice de Expectativas (IE-E) recuou 0,3 ponto, para 94,3 pontos.
E Eu Com Isso?
O bom começo das ações indica uma sessão positiva para os mercados. Não se descarta a hipótese de o Ibovespa iniciar o ano rompendo a barreira dos 120 mil pontos.