Nesta quinta-feira (03), a 3R Petroleum (RRRP3), estreante recente na bolsa brasileira, surpreendeu o mercado com lance bilionário para a aquisição dos ativos de gás e óleo do polo de Urucu, no Amazonas.
O lance da companhia foi o mais alto, com cerca de 1 bilhão de dólares (mais de 5 bilhões de reais considerando o último fechamento de câmbio), 67 por cento acima do lance da Eneva (ENEV3) de 600 milhões de dólares.
A Petrobras (PETR3/PETR4), empresa vendedora, ainda analisará as propostas e dará um retorno sobre a decisão do lance vencedor, ainda sem data definida.
E Eu Com Isso?
A proposta apresentada pela 3R é o dobro de seu valor de mercado atual (em torno de 2,4 bilhões de reais, de acordo com o último fechamento) e levanta questionamentos sobre como a companhia irá financiar essa aquisição.
Nesta segunda-feira, a 3R apresentou ao banco assessor da Petrobras no processo de venda, garantias firmes respaldadas por fundos de investimentos ligados à Starboard, gestora de fundos controladora da companhia.
A divulgação das informações se deu durante o pregão desta quinta-feira (3), derrubando as cotações da Eneva, até então favorita para adquirir os ativos devido à sinergias com ativos já detidas por ela e pelo tamanho da companhia (18,7 bilhões de reais de valor de mercado e 2,6 bilhões de reais em caixa). As ações da Eneva (ENEV3) fecharam com queda de 6,32 por cento, enquanto a RRRP3 fechou em alta de 1,87 por cento.
O andamento da transação, sem dificuldades e interferências judiciais, é levemente positivo para a Petrobras (PETR3/PETR4) que segue firme em seu plano de desinvestimento. Para a 3R Petroleum a notícia é bastante positiva e com impacto relevante, caso o lance siga em diante e a companhia tenha capacidade de financiar a aquisição e o investimento necessário para a operação.
O polo de Urucu é um dos grandes campos de produção de gás natural da região norte, com dez vezes mais reservas de gás natural que o campo de Azulão, atualmente operado pela Eneva (ENEV3).