As companhias do setor de telecomunicações anunciaram nesta segunda-feira (7) que a Oi (OIBR3) aceitou a proposta de 16,5 bilhões de reais realizada pelo bloco formado pela TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Claro pelo seu negócio de telefonia móvel, chamado de UPI móvel. Do total, 756 milhões de reais referem-se a serviços de transição a serem prestados pela Oi por um prazo até 12 meses às compradoras.
Segundo o fato relevante oficial emitido pelas companhias, foi acrescentada a oferta um de um termo de compromisso de prestação de serviço de capacidade de transmissão com a Oi na forma de take or pay, ou seja, com pagamento independente do interesse das compradoras pelo serviço no futuro. De acordo com a Oi (OIBR3), o Valor Presente Líquido (VPL) deste serviço é de 819 milhões de reais.
Com isso as companhias brasileiras passam a deter o direito de “primeiro proponente”, o que significa a prerrogativa de cobrir a melhor oferta no leilão pelos ativos que estão sendo negociados.
Todos os termos da oferta passarão pelo crivo da Assembleia Geral dos Credores (AGC) da recuperação judicial, a ser realizada nesta terça-feira (8)
de forma virtual.
Curiosamente, a notícia é positiva para todas as empresas do setor e esperamos impacto positivo no preço das ações VIVT3/VIVT4, TIMP3 e OIBR3/OIBR4 no curto prazo. Ademais, esperamos que o desempenho das ações da TIM (TIMP3) seja superior ao das demais na sessão de hoje, dada a sua atuação quase que exclusiva no mercado de telefonia móvel no Brasil.
No ano as ações da Oi (OIBR3) sobem 114 por cento, enquanto a TIM (TIMP3) recua 5,3 por cento e a Vivo (VIVT4) tem perdas de 12 por cento, comparada à queda de 12,5 por cento no Ibovespa no período.
A primeira oferta realizada pelo bloco de 15 bilhões de reais enviada em meados de julho, foi superada dias depois pela Highline, que obteve também o direito de preferência. Contudo, o bloco realizou uma nova oferta pelos ativos no total de 16,5 bilhões de reais, e a Highline, que não cobriu a oferta, também viu seu prazo de preferência expirar.
O aceite da Oi e o direito de cobrir a melhor oferta é um importante trunfo para o bloco interessado.
Contudo, os trâmites envolvendo a negociação devem se arrastar por um longo tempo. Além da aprovação na Assembleia Geral dos Credores (AGC), a expectativa é que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) demore pelo menos 12 meses para avaliar o negócio sob a ótica de concentração de mercado.
Sem dúvidas esta notícia é apenas mais um capítulo do longo processo que veremos à frente, mas encerra o primeiro capítulo da novela da “nova Oi”.
O principal catalisador para as ações da Oi é a aprovação do seu novo plano de negócios na Assembleia Geral de Credores, evento que marcará a entrada da Oi em outro momento de mercado.