A Vivo (VIVT3/VIVT4), TIM (TIMP3) e a Oi (OIBR3/OIBR4) informaram na sexta-feira (7), após o fechamento do mercado, que foi celebrado o acordo de exclusividade em prol das ofertantes na negociação envolvendo os ativos móveis da Oi.
Ainda segundo o comunicado, o acordo visa “garantir celeridade e segurança às tratativas em curso” e condicionar o bloco Vivo-TIM-Claro a ser o primeiro proponente no processo de venda do negócio móvel, garantindo-lhe o direito de cobrir outras propostas recebidas. Tal direito tem vigência até o dia 11 deste mês e será renovado de forma automática por igual período, em caso de comum acordo entre as partes.
O bloco passa a deter mais força a partir de agora. Além da maior oferta até o momento, o acordo de exclusividade é mais um trunfo para as companhias no leilão pelos ativos móveis da Oi. Contudo, estes são apenas os primeiros capítulos da novela. Primeiramente a Oi precisa aprovar os termos da divisão do grupo na assembleia geral de credores e, uma vez aprovado, o negócio passará ainda pela análise dos órgãos envolvidos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade).
Curiosamente, a notícia é positiva para todas as empresas do setor e esperamos impacto positivo no preço das ações VIVT3/VIVT4, TIMP3 e OIBR3/OIBR4 no curto prazo. Ademais, esperamos que o desempenho das ações da TIM (TIMP3) seja superior ao das demais na sessão de hoje, dada a sua atuação quase que exclusiva no mercado de telefonia móvel no Brasil.
No ano as ações da Oi (OIBR3) sobem 81,4 por cento, enquanto a TIM (TIMP3) recua 1 por cento e a Vivo (VIVT4) tem perdas de 8,7 por cento.
A primeira oferta realizada pelo bloco, no total de 15 bilhões de reais, foi superada pela Highline dias depois, que obteve também o direito de preferência. Contudo, o bloco realizou uma nova oferta pelos ativos no total de 16,5 bilhões de reais, e a Highline, que não cobriu a oferta, também viu seu prazo de preferência expirar.
Agora, o bloco tem a maior oferta e o direito de preferência como carta na manga no leilão. Contudo, há indícios de que o negócio teria grandes resistências regulatórias junto à Anatel e ao Cade. Algumas notícias já apontam nesta direção, visto que a transação acarretaria uma concentração excessiva de mercado em posse das três companhias.
Além disto, o processo de avaliação do Cade duraria pelo menos um ano. Sem dúvidas esta notícia é apenas mais um capítulo do longo processo que veremos à frente.
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