A reunião entre os governadores, os presidentes da Câmara e do Senado, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi considerada um sucesso pela equipe econômica. Em clima de conciliação, Bolsonaro comprometeu-se ontem a sancionar o auxílio a estados e municípios e todos concordaram em manter o veto aos reajustes dos servidores públicos, como contrapartida.
Houve esforços de todos os lados para que a reunião tivesse clima ameno – na reunião passada, o presidente chegou a se desentender com alguns governadores. Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, liderou o diálogo, expondo as necessidades financeiras dos entes subnacionais, enquanto Maia cuidou da articulação com Bolsonaro para alinhar o discurso do Executivo ao Legislativo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se mostrou aliviado com o desfecho da reunião, principalmente por conta do compromisso de manutenção do veto presidencial, que garante o congelamento de salários de servidores até o fim de 2021 – proporcionando alívio fiscal à União. Guedes comentou que a “pacificação” entre as partes levaria “o Brasil a dias melhores”, ressaltando que a “democracia é barulhenta, mas é virtuosa. E faz as entregas necessárias”.
O clima de pacificação e entendimento entre os Poderes e entes federativos trouxe alívio ao mercado, que também temia por um desfecho desfavorável sobre o veto dos servidores. O tom conciliador de Bolsonaro foi até certo ponto uma surpresa, mas caminha na direção correta: em tempos de pandemia e outras grandes dificuldades econômicas, o bom diálogo e uma liderança sólida são essenciais.
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