As medidas econômicas divulgadas até agora pelo Ministério da Economia, Banco Central (BC) e BNDES totalizam cerca de 478 bilhões de reais, montante que representa aproximadamente 3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse valor, porém, não é somente de novos gastos do governo, uma vez que algumas medidas representam o adiamento de pagamentos ou antecipação de transferências de renda.
Entre as medidas com impacto fiscal, destaca-se a promessa de transferir 200 reais mensais para trabalhadores informais, autônomos e de baixa renda por, no mínimo, três meses. Esse gasto ficaria na casa dos 15 bilhões de reais. Além disso, soma-se o crédito extraordinário de 5 bilhões de reais para a Saúde e os 16 bilhões destinados aos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios.
Comparativamente, o País fica bastante atrás de outras potências mundiais quando o assunto é de estímulos para a economia. Com o pacote recém-aprovado, os Estados Unidos agora gastam 6,3 por cento do PIB para combater os efeitos negativos da Covid-19, enquanto que a Alemanha gasta 12 por cento e a Inglaterra, 17.
Nesse contexto, as políticas fiscais de auxílio ao combate do coronavírus ainda mostram-se bastante tímidas, segundo especialistas. É necessário que o governo providencie estímulos maiores para criar uma rede de proteção social adequada e evitar um colapso econômico mais forte.
Infelizmente, o cenário pede por estímulos fiscais profundos para que o País não entre em recessão grave. Nesse momento de extraordinariedade, deve-se deixar a austeridade de lado e despender recursos de maneira extraordinária.
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