Pão de Açúcar (PCAR4) – Resultado do quarto trimestre de 2019
O grupo Pão de Açúcar (GPA) (PCAR4) divulgou na quarta-feira (19) o seu resultado para o quarto trimestre de 2019. As vendas somaram 16,5 bilhões de reais (número que não leva em consideração as operações do Grupo Exito), um avanço de 8,4 por cento na comparação com o mesmo período de 2018. No conceito Mesmas Lojas (Same Store Sales, SSS), esse número vai para 1,7 por cento, um resultado impactado pelo desempenho fraco das lojas focadas no Multivarejo. Parte da estratégia do grupo para melhorar a rentabilidade é a reforma de suas lojas. Esse movimento, entretanto, prejudica as vendas durante o período de reforma.
Os números vieram um pouco abaixo do esperado e esperamos um impacto negativo para o papel no curto prazo. O maior destaque do resultado ficou por conta da marca de atacarejo Assaí. O crescimento das vendas foi de 19,7 por cento em comparação com o quarto trimestre de 2018. No conceito Mesmas Lojas (SSS) esse número chega a 4,3 por cento. Com isso, as vendas do Assaí passaram a representar mais da metade do total do GPA.
Já o multivarejo teve uma diminuição no total de vendas de 2,4 por cento quando comparado com o quarto trimestre de 2018. No conceito Mesmas Lojas (SSS) essa redução foi de 0,9 por cento, afetado pela aceleração no processo de renovação e reforma de lojas. Foram 51 reformas (7 por cento do total de lojas multivarejo) no trimestre, entre revitalização de lojas da bandeira Pão de Açúcar e conversão de lojas Extra Super em Mercado Extra e Compre Bem. Após esse processo de revitalização esperamos uma melhora na rentabilidade das novas operações.
Um ponto positivo foi o crescimento de mais de 40 por cento nas vendas via omnichannel. O Pão de Açúcar continua desenvolvendo sua parte de tecnologia, expandindo os modelos “Express” e “Clique e Retire” além de expandir a atuação do aplicativo de entregas James para outras cidades e melhorar a experiência dos usuários nos seus aplicativos de desconto.
A receita líquida totalizou 15,1 bilhões de reais no trimestre, crescimento de 8,2 por cento em relação ao mesmo período de 2018.
A geração bruta de caixa operacional medida pelo Ebitda Ajustado somou 1,035 bilhão de reais uma queda de 13,8 por cento sobre o mesmo trimestre do ano passado.
A dívida líquida pelo Ebtida é 1,5X, bastante saudável. A empresa tinha, até o trimestre passado, uma dívida líquida negativa, ou seja, tinha mais recursos em caixa do que dívida. Essa situação mudou nesse trimestre, pois a companhia necessitou captar recursos para concluir a aquisição do Grupo Exito.
Com isso, o lucro líquido totalizou 84 milhões de reais no trimestre, um resultado 82 por cento inferior ao do mesmo período do ano passado. Desconsiderando-se os efeitos tributários que impactaram o resultado do quarto trimestre de 2018, a redução cai para 77 por cento. O resultado foi impactado pelos custos one-off (apenas uma vez) da reestruturação da operação do Grupo na américa latina (finalizada com a operação do Exito).