mercados – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br Recomendações, análises e carteiras de investimentos para maiores rentabilidades. Thu, 10 Feb 2022 15:00:17 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.1 https://levanteideias.com.br/wp-content/uploads/2018/02/cropped-avatar_lvnt-32x32.png mercados – Levante Ideias de Investimentos https://levanteideias.com.br 32 32 O combustível da inflação americana https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-combustivel-da-inflacao-americana https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-combustivel-da-inflacao-americana#respond Thu, 10 Feb 2022 15:00:14 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36351 A manhã desta quinta-feira deverá confirmar uma expectativa que vem preocupando essa entidade chamada mercado. Por volta das 10h30, hora de Brasília, o BLS (Bureau of Labor Statistics) deverá divulgar a inflação ao consumidor de janeiro nos Estados Unidos, medida pelo CPI (Consumer Price Index). Os prognósticos são de um aumento de 0,5% nos preços… Read More »O combustível da inflação americana

O post O combustível da inflação americana apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
A manhã desta quinta-feira deverá confirmar uma expectativa que vem preocupando essa entidade chamada mercado. Por volta das 10h30, hora de Brasília, o BLS (Bureau of Labor Statistics) deverá divulgar a inflação ao consumidor de janeiro nos Estados Unidos, medida pelo CPI (Consumer Price Index). Os prognósticos são de um aumento de 0,5% nos preços no primeiro mês do ano. Se isso se confirmar, a inflação acumulada em 12 meses estará em 7,3%, a maior variação em 12 meses desde os 7,62% registrados em fevereiro de 1982.

A inflação americana tem, literalmente, bastante combustível. No caso, sua escassez. Na quarta-feira (09), a EIA (Energy Information Administration), agência do governo que acompanha os dados do setor, informou que os estoques americanos de petróleo cru diminuíram 4,8 milhões de barris na semana encerrada no dia 4 de fevereiro. A média das expectativas dos investidores era de um aumento de 100 mil barris. Segundo a EIA, o estoque de gasolina encolheu 1,6 milhão de barris nesse período, ante expectativas de um aumento de 1,4 milhão de barris. A diferença entre o esperado e o registrado são 3 milhões de barris.

Com isso, há poucos motivos para acreditar em uma queda dos preços desse insumo. Na manhã desta quinta-feira, os contratos futuros com vencimento em março do petróleo do tipo West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado americano, valiam US$ 90,10, alta de 0,49% ante a quarta-feira. No caso do petróleo do tipo Brent, que regula o mercado europeu e é referência para a Petrobras, os contratos com vencimento em abril eram negociados a US$ 91,81, alta de 0,28% em relação à véspera. Petróleo em alta aumenta os custos da energia e do transporte, fenômeno que se espalha pelos demais setores da economia. Isso torna a inflação persistente e, em economias com instituições fortes, leva os bancos centrais a agir para conter o avanço dos preços. É o que está ocorrendo nos Estados Unidos neste momento.

Não há dúvidas de que os juros americanos vão subir. A dúvida é quando, e com qual velocidade. Em sua próxima reunião, agendada para os dias 15 e 16 de março, o Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, deverá anunciar várias medidas. O fim das medidas de estímulo à economia, que fizeram o balanço do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, subir de US$ 4,5 trilhões para US$ 8,8 trilhões. Os planos para desinflar esse mesmo balanço, vendendo títulos e drenando dinheiro da economia. E, cada vez mais provavelmente, uma elevação dos Fed Funds, equivalente americano da taxa Selic.

Atualmente o Fed Funds estão em zero. Até há poucas semanas, a expectativa mais frequente era de quatro elevações de 0,25 ponto percentual, com os juros encerrando 2022 a 1% ao ano. No entanto, as apostas de uma política monetária mais dura por parte do Fed vêm aumentando. Por exemplo, cinco altas de 0,25 ponto percentual nas taxas. Ou mesmo uma ou duas elevações de 0,5 ponto percentual, com os Fed Funds chegando a dezembro em 1,5% ao ano.

Pode parecer uma diferença irrisória, ainda mais quando se pensam nas correções de 1,5 ponto percentual realizadas sem dó nem piedade em uma única reunião pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Porém, o sistema financeiro e a economia americanas são muito mais alavancados do que no Brasil, o que amplifica o impacto de pequenas mudanças nas taxas. E, dada a maturidade da economia, as margens de lucro são muito mais estreitas. Assim, uma alteração tão dramática nas taxas pode ter consequências graves. Daí o interesse com que o CPI de janeiro será acompanhado nesta manhã.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros de Ibovespa estão em leve alta, ao passo que os contratos futuros do índice americano S&P 500 permanecem em queda, à espera da inflação de janeiro. A divulgação do índice de preços poderá provocar volatilidade no mercado pois vai afetar as expectativas para os juros americanos.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: A inflação persiste.

O post O combustível da inflação americana apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-combustivel-da-inflacao-americana/feed 0
Um Copom mais cauteloso do que pessimista https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/um-copom-mais-cauteloso-do-que-pessimista https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/um-copom-mais-cauteloso-do-que-pessimista#respond Tue, 08 Feb 2022 15:07:51 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36318 A Ata da 244ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (08) mostra que o Comitê permanece cauteloso em relação às perspectivas para a economia. Como de costume, a Ata se inicia analisando o cenário macroeconômico brasileiro e internacional. O cenário externo seguirá desafiador para os países emergentes devido ao aperto monetário… Read More »Um Copom mais cauteloso do que pessimista

O post Um Copom mais cauteloso do que pessimista apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
A Ata da 244ª reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada nesta terça-feira (08) mostra que o Comitê permanece cauteloso em relação às perspectivas para a economia. Como de costume, a Ata se inicia analisando o cenário macroeconômico brasileiro e internacional. O cenário externo seguirá desafiador para os países emergentes devido ao aperto monetário nos Estados Unidos e à demora na regularização das correntes de comércio, que deverão manter pressionados os preços das commodities.

Ao avaliar a economia brasileira, o Comitê reconhece que “indicadores relativos ao comércio e serviços mostraram evolução ligeiramente melhor que a esperada em novembro, enquanto a indústria apresentou recuperação em dezembro”, e também afirma que “indicadores do mercado de trabalho mostraram recuperação consistente de empregos no último trimestre de 2021.” Mesmo assim, “os índices de confiança divulgados desde a última reunião seguem mostrando deterioração, e desenvolvimentos climáticos afetaram as projeções de importantes culturas agrícolas”.

No entanto, o que interessa mesmo ao Comitê não é a atividade econômica, e sim a inflação. E o cenário, nesse caso, também não é dos mais positivos. Se, de um lado, a Autoridade Monetária passou a zelar protocolarmente por dois mandatos, quais sejam, inflação e atividade, de outro, na prática, observamos posição privilegiada no combate ao primeiro e secundária no fomento do segundo, o que parece razoável em uma economia inundada de traumas relacionados à inflação. “A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e segue se mostrando mais persistente que o antecipado.” Ou seja, a alta de preços já não se concentra mais em alimentos e combustíveis, que foram os “vilões” dos índices durante 2021. Isso é confirmado pela frase seguinte. “A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, ainda refletindo a gradual normalização da atividade no setor.” Para o Copom, os preços administrados também vão continuar subindo. “As projeções para a inflação de preços administrados são de 6,6% para 2022 e 5,4% para 2023”, informa a Ata. Ambos os percentuais estão acima do teto da meta de inflação, que é de 5% (3,5% mais 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).

Como de costume, o governo continua gastando além da conta, o que eleva o prêmio de risco da economia. A Ata é clara: “o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal segue mantendo elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação, e, portanto, a assimetria altista no balanço de riscos. (…) Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas.”

Para complicar mais ainda o cenário, a Ata adverte contra intervenções como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos combustíveis. Propostas desse tipo podem até reduzir a inflação no curto prazo, mas a conta vai chegar. “Adicionalmente, o Comitê nota que mesmo políticas fiscais que tenham efeitos baixistas sobre a inflação no curto prazo podem causar deterioração nos prêmios de risco, aumento das expectativas de inflação e, consequentemente, um efeito altista na inflação prospectiva.”

Tudo isso, claro, justifica um aperto na política monetária, que foi o que ocorreu. Na reunião, a taxa Selic, como era esperado, foi elevada em 1,5 ponto percentual para 10,75% ao ano.

No entanto – e esse é o ponto mais relevante da Ata – apesar do cenário pessimista e de indicar que a política monetária “seguirá em um terreno francamente contracionista”, o Copom deixou espaço para mudar de direção se a conjuntura se alterar à frente. Por isso, mesmo indicando que os juros devem continuar subindo, o Comitê deixou em aberto o tamanho dessa elevação. Isso garantirá espaço de manobra para desacelerar o aperto na política monetária se, por acaso, algo mudar na economia tanto aqui quanto no exterior.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam a terça-feira com uma leve queda. Por aqui, os investidores ainda estão realizando os lucros das últimas semanas e, nos Estados Unidos, o que interessa é a inflação ao consumidor, medida pelo CPI (Consumer Price Index) de janeiro, que deverá ser divulgada na quinta-feira (10). Mesmo em baixa, a sessão deve ser marcada por um cenário volátil.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Emprego nos EUA.

O post Um Copom mais cauteloso do que pessimista apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/um-copom-mais-cauteloso-do-que-pessimista/feed 0
Emprego nos EUA https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/emprego-nos-eua https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/emprego-nos-eua#respond Mon, 07 Feb 2022 14:19:04 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36297 Os indicadores mais recentes do emprego, tanto americanos quanto brasileiros, mostram uma melhora no mercado de trabalho global. Na sexta-feira (04), o BLS (Bureau of Labor Statistics ), versão americana do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a criação de empregos não-agrícolas (“non farm payroll”) de janeiro. Esse é o principal indicador de… Read More »Emprego nos EUA

O post Emprego nos EUA apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
Os indicadores mais recentes do emprego, tanto americanos quanto brasileiros, mostram uma melhora no mercado de trabalho global. Na sexta-feira (04), o BLS (Bureau of Labor Statistics ), versão americana do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a criação de empregos não-agrícolas (“non farm payroll”) de janeiro. Esse é o principal indicador de emprego da economia americana.

Os números surpreenderam. Em janeiro foram abertas 467 mil vagas, quase quatro vezes mais do que a expectativa, que era da abertura de 125 mil postos de trabalho. Além disso, como sempre acontece, o número de dezembro foi revisado. A estimativa preliminar havia sido de 199 mil vagas. O número revisado avançou para 510 mil.

Esses dois números mostram uma melhora no mercado de trabalho. Porém, dois dias antes, na quarta-feira (02), a empresa americana de processamento de dados ADP divulgou que o setor privado havia fechado 310 mil vagas em janeiro. Foi a primeira queda desde dezembro de 2020, e uma surpresa para os investidores. Os prognósticos eram de criação de 207 mil vagas.

Qual número está correto? O crescimento divulgado pelo BLS ou a queda divulgada pela ADP? Os dois números estão corretos. Os resultados são diferentes porque os universos de coleta de dados são diferentes. A ADP observa apenas empresas privadas, que processam suas folhas de pagamento em seus sistemas. Já o BLS observa tanto o setor privado quanto o setor público. E nos Estados Unidos, os servidores públicos, especialmente dos setores de educação e segurança, como militares e bombeiros, representam uma fatia significativa da força de trabalho.

Na prática, os dados do emprego nos Estados Unidos mostram um aumento do número de contratações em janeiro e um revisão para cima dos dados de dezembro. O fim do ano é, tradicionalmente, uma época de alta no mercado de trabalho. Muitas empresas do comércio, da indústria e dos serviços fazem contratações temporárias para as festas de fim de ano. Em geral, esse movimento arrefece em janeiro. Porém, a pujança dos números, especialmente com o aumento dos casos de contaminação pela variante Ômicron do coronavírus, mostram uma economia americana mais aquecida.

Sempre é bom lembrar: o nível de emprego é o indicador econômico mais “atrasado”. Os empresários hesitam em dispensar quando a atividade arrefece, para não ter o custo de recrutar e treinar novos colaboradoras na retomada. Da mesma maneira, quem dispensou quer estar seguro antes de recontratar. Por isso, os números indicam que a economia americana vem caminhando para a normalidade. Isso eleva as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, acelere o aperto de sua política monetária.

Haverá mais certeza na quinta-feira (10), quando será divulgada a inflação para o consumidor nos Estados Unidos. Até dezembro, a alta de preços em 12 meses foi de 7,0%, nível mais elevado desde junho de 1982. A continuidade da inflação nesse patamar sustentará as expectativas de juros americanos mais altos antes do esperado.

Relatório Focus

A edição desta segunda-feira do Relatório Focus divulgada pelo BC (Banco Central) mostra um aumento da inflação esperada para este ano. A projeção para o IPCA subiu para 5,44% ante 5,38% da edição anterior. As demais expectativas seguem estáveis. A taxa Selic esperada para dezembro segue em 11,75% por cento e o crescimento da economia continua em 0,30%.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa iniciam o dia em queda, devido à perspectiva de mais elevação dos juros nos Estados Unidos. Já os contratos futuros do índice americano S&P começam a semana perto de zero.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Federações em debate.

O post Emprego nos EUA apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/emprego-nos-eua/feed 0
A Selic e a moça do bolo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-selic-e-a-moca-do-bolo https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-selic-e-a-moca-do-bolo#respond Wed, 02 Feb 2022 14:28:10 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36196 Quem transita por estações de trem, de metrô ou por terminais de ônibus conhece essas figuras. Aqui mesmo no Condado há várias. Senhoras jovens, ou nem tanto, com aventais e máscaras. Um tabuleiro, algumas garrafas térmicas com chá, leite e café e, principalmente, bolos. Petiscos diversos para injetar uma dose de açúcar refinado e de… Read More »A Selic e a moça do bolo

O post A Selic e a moça do bolo apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
Quem transita por estações de trem, de metrô ou por terminais de ônibus conhece essas figuras. Aqui mesmo no Condado há várias. Senhoras jovens, ou nem tanto, com aventais e máscaras. Um tabuleiro, algumas garrafas térmicas com chá, leite e café e, principalmente, bolos. Petiscos diversos para injetar uma dose de açúcar refinado e de gorduras saturadas no organismo do povo que vai para o trabalho. Perfeitamente integrada à paisagem urbana, a “moça do bolo” é uma empreendedora da base da pirâmide. E a economia tem um problema quando ela começa a prestar atenção aos índices de inflação.

Economistas pensam, corretamente, na inflação como um fenômeno econômico e monetário. Porém, o descontrole de preços vai além disso. Também é um fenômeno social. Por isso, antes que você se pergunte qual a relação entre as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e a moça do bolo diante do terminal de ônibus, eu explico. Como ela define seus preços?

Seu modelo de negócios é simples: voltar para casa com o menor estoque possível, dado que o prazo de validade dos produtos é curto. Por isso, o processo de formação de preço é dinâmico. O valor cobrado varia em função do horário, da quantidade de pessoas e da temperatura. Vende-se mais em dias frios, menos em dias de chuva. Porém, quando a moça do bolo – e os demais empreendedores, da base, do meio ou do topo da pirâmide – começam a pensar também se não é hora de reajustar os preços pois a inflação está elevada, a economia como um todo tem um problema.

O trabalho do empresário é complexo: organizar o capital e os demais fatores de produção de modo a maximizar o lucro. Essa tarefa fica menos complicada quando há regras estáveis, principalmente para os preços. Quando isso não ocorre, a incerteza generalizada emperra a economia. No caso da inflação, a falta de segurança com relação ao comportamento dos preços dos insumos costuma levar a reajustes preventivos e o processo inflacionário se retroalimenta. As brasileiras e brasileiros viveram isso nos anos 1980 e 1990. Naquela época, o descontrole das contas públicas e a estrutura oligopolizada da economia favoreciam uma certa inelasticidade da inflação. Porém, a deterioração constante das expectativas levou a um processo de reajuste automático e preventivo de preços, que foi denominado “inflação inercial”.

Guardadas as enormes e devidas proporções, é óbvio que os 10,04% do IPCA nos 12 meses de 2021 estão a anos-luz de distância do descontrole dos anos 1990, mas manter como pano de fundo a triste experiência brasileira com a escalada de preços é importante para entender e não repetir o fenômeno monetário. O temor de que a inflação siga elevada provoca reajustes preventivos nos preços, que retroalimentam o processo. Por isso a necessidade de o Copom manter uma política monetária firme.

Haverá uma grande surpresa se a decisão anunciada no fim da tarde desta quarta-feira (02) for diferente de uma elevação de 1,5 ponto percentual, alterando a taxa Selic dos atuais 9,25% ao ano para 10,75%. A importância de mandar os juros referenciais de volta para a casa dos dois dígitos, algo que não ocorria desde junho de 2017, vai além do mero cálculo do impacto sobre o nível de atividade econômica. Também opera no mais fluido e menos previsível campo das expectativas. Se não mostrar firmeza agora em sua tarefa de fazer o IPCA convergir para a meta de 3,5%, o Banco Central terá muita, mas muita dificuldade para impedir que a moça do bolo queira saber como está a inflação todos os dias bem cedo, na hora de montar seu tabuleiro.

Indicadores

A produção industrial cresceu 2,9% em dezembro na comparação com o mês anterior. No ano, houve ganho acumulado de 3,9%. Em novembro, a produção industrial brasileira havia registrado variação nula (0,0%), o que interrompeu cinco meses consecutivos de queda. Com o resultado de dezembro, o setor se encontra 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia, e 17,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.  Os dados são da PIM (Pesquisa Industrial Mensal), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com um movimento de alta tanto dos contratos futuros do Ibovespa quanto dos contratos do índice americano S&P 500. As expectativas positivas com relação aos resultados de 2021 das empresas americanas vêm sustentando uma alta dos preços no exterior, ao passo que o movimento de compra das ações brasileiras vem prosseguindo.

As notícias são positivas para a Bolsa.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Copom eleva Selic a 9,25% ao ano, maior patamar em quatro anos.

O post A Selic e a moça do bolo apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/a-selic-e-a-moca-do-bolo/feed 0
O Copom e os juros https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-os-juros https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-os-juros#respond Tue, 01 Feb 2022 15:16:38 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36165 A se confirmarem as expectativas dos investidores, o Copom (Comitê de Política Monetária) inicia sua primeira reunião de 2022 nesta terça-feira (1) com uma missão clara: seguir no processo de elevação dos juros para debelar uma inflação persistente. A dúvida de vários bilhões de reais é até quando isso será necessário. A edição mais recente… Read More »O Copom e os juros

O post O Copom e os juros apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
A se confirmarem as expectativas dos investidores, o Copom (Comitê de Política Monetária) inicia sua primeira reunião de 2022 nesta terça-feira (1) com uma missão clara: seguir no processo de elevação dos juros para debelar uma inflação persistente. A dúvida de vários bilhões de reais é até quando isso será necessário.

A edição mais recente do Relatório Focus mostra que os prognósticos para a economia não são dos melhores. A projeção para o IPCA, que calibra a meta de inflação determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), está em 5,38%, acima dos 5,15% da semana passada e dos 5,03% esperados há três semanas.

As expectativas subiram também para índices mais instáveis. O IGP-M esperado para o ano está em 6,99%, 1,5 ponto percentual acima da projeção de há quatro semanas. Esse índice oscila mais que o IPCA devido ao peso das commodities em sua composição, e suas projeções são menos confiáveis.

Mesmo assim, a expectativa dos investidores e dos agentes de mercado é de preços em alta e acima das metas, apesar da prometida elevação da taxa Selic. Nesta terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou uma inflação industrial elevada.

Cabe aqui uma discussão. Vamos supor que a projeção do Focus para o IPCA de 2022 se confirme e a inflação para o ano fique em 5,38%. Será o segundo ano consecutivo de descumprimento da meta do CMN. Porém, em 2021 a inflação foi de 10,06%, mais que o dobro do teto da meta. Em 2022, a se confirmarem os prognósticos, o descumprimento será por 0,38 ponto percentual.

Ambos os casos indicam que o BC (Banco Central), por meio do Copom, falhou em sua missão. Porém, é claro que o descumprimento da meta de 2021 foi muito mais grave do que o eventual descumprimento de 2022. Ou seja, não será necessário repetir a brutal elevação dos juros no ano passado, quando a Selic subiu de 2% para 9,25% ao ano em apenas dez meses.

Os prognósticos mais comuns são de uma elevação de 1,5 ponto percentual na Selic, que poderá ser seguida de uma alta de um ponto percentual na reunião seguinte, marcada para os dias 15 e 16 de março. Isso elevaria a Selic para 11,75% ao ano, patamar em que permaneceria pelos nove meses seguintes.

Será pouco? Será suficiente? Será demais? Essas dúvidas só serão esclarecidas a posteriori, no fim do ano, quando for possível saber se o endurecimento dos juros foi suficiente para deter a inércia da inflação.

Indicadores

A inflação no setor industrial foi de 28,39% em 2021, um recorde para a série histórica, que foi iniciada em 2014, informou o IBGE na manhã desta terça-feira (1). O Instituto divulgou o IPP (Índice de Preços ao Produtor). A alta de 2021 foi 9 pontos percentuais superior à de 2020. Isso ocorreu apesar de os preços terem recuado 0,12% em dezembro, a primeira queda em 18 meses. Segundo o IBGE, as causas foram o câmbio, a alta das commodities como minério de ferro e o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis.

E Eu Com Isso?

O primeiro pregão de setembro começa com quedas nos contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500. Apesar das altas da véspera em ambos os mercados, o movimento dos investidores nesta terça-feira é de uma realização pontual de lucros à espera de novas notícias que permitam firmar uma tendência.

As notícias negativas para a Bolsa.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Copom eleva Selic a 9,25% ao ano, maior patamar em quatro anos.

O post O Copom e os juros apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-os-juros/feed 0
O Copom e o jogo de truco https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-o-jogo-de-truco https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-o-jogo-de-truco#respond Mon, 31 Jan 2022 14:19:32 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36126 O truco chegou ao Brasil na bagagem de imigrantes portugueses, espanhóis e italianos. É um jogo simples em que duas duplas competem. Cada jogador recebe três cartas, que são lançadas na mesa em sequência. Para ganhar a partida é preciso ter a carta mais valiosa em duas das três rodadas. Cada partida vale um ponto.… Read More »O Copom e o jogo de truco

O post O Copom e o jogo de truco apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
O truco chegou ao Brasil na bagagem de imigrantes portugueses, espanhóis e italianos. É um jogo simples em que duas duplas competem. Cada jogador recebe três cartas, que são lançadas na mesa em sequência. Para ganhar a partida é preciso ter a carta mais valiosa em duas das três rodadas. Cada partida vale um ponto. A dupla que primeiro chegar a 12 pontos é a vencedora. Quando um jogador acha que a vitória é certa, ele “truca”, ou seja, aposta três pontos em vez de um.

É fácil entender por que o truco é tão popular. Apesar da simplicidade das regras, ele exige uma boa leitura da situação. Duplas que jogam com frequência desenvolvem sinais para adotar uma estratégia conjunta. E, assim como no pôquer, é preciso saber blefar e evitar os riscos para poder vencer as rodadas em que as cartas não são assim tão favoráveis.

Boa parte do trabalho do BC (Banco Central) na definição da política monetária pode ser comparado ao de um jogador de truco. Nem sempre as cartas colocadas nas mãos dos membros do Copom (Comitê de Política Monetária ) são as mais favoráveis. Por exemplo, inflação elevada, preços internacionais do petróleo em alta, dólar pressionado e falta de confiança dos investidores internacionais são trunfos colocados nas mãos do adversário.

O que fazer nessas ocasiões para não ser obrigado a elevar fortemente os juros, tornando adverso o cenário para os empreendedores e investidores? Cabe ao Copom saber gerenciar as expectativas. Evitar cuidadosamente os eventuais blefes dessa entidade chamada mercado, que pode tentar forçar altas da taxa de juros que vão além do necessário para o cumprimento das metas de inflação.

Nesta semana, o Copom terá sua primeira reunião de 2022. É dado como certo que, na tarde da quarta-feira (02) ele anuncie uma alta de 1,5 ponto percentual nos juros, mandando a taxa Selic dos atuais 9,25% para 10,75% ao ano. Isso fará a Selic retornar aos dois dígitos, algo que não ocorre desde maio de 2017.

De acordo com as expectativas da edição mais recente do Relatório Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (31), ainda deverá haver mais uma elevação de um ponto percentual. Assim, a Selic poderá encerrar 2022 a 11,75% ao ano. Mesmo assim, o Relatório Focus segue elevando as projeções de inflação para este ano. A estimativa mais recente é de um IPCA de 5,38%, acima dos 5,15% da semana passada e dos 5,03% de há três semanas. E todas essas estimativas estão acima do teto da meta, de 5% (3,5% mais 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).

A pressão da inflação em alta vem obrigando o BC a endurecer a política monetária, apesar do crescimento da economia estar fraco. O BC está cumprindo o seu papel de preservar o valor da moeda, mesmo às custas do crescimento econômico. No entanto, para não ter de elevar demasiadamente a Selic, é preciso saber gerenciar as expectativas. E até mesmo blefar um pouquinho quando for preciso.

Então, vai aqui uma sugestão. Em tempos de independência do Banco Central, o candidato a presidente deveria ter de disputar algumas partidas de truco com os melhores jogadores do Congresso. Só assim os parlamentares teriam certeza de que estariam colocando o comando da política monetária nas mãos de um profissional que, além da competência técnica, tem a capacidade de lidar com as expectativas e com a pressão dos agentes de mercado, que frequentemente pressionam por taxas maiores.

E Eu Com Isso?

O primeiro pregão da semana e o último de janeiro se inicia com movimentos de baixa tanto dos contratos futuros do Ibovespa quanto do índice americano S&P 500, que poderá ter seu pior mês desde março de 2020, data do primeiro impacto da pandemia. O mercado internacional segue em seu processo de ajuste às perspectivas de taxas de juros mais elevadas e liquidez mais apertada nos Estados Unidos.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Copom eleva Selic a 9,25% ao ano, maior patamar em quatro anos.

O post O Copom e o jogo de truco apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-copom-e-o-jogo-de-truco/feed 0
Warren Buffett e o Bitcoin https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/warren-buffett-e-o-bitcoin https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/warren-buffett-e-o-bitcoin#respond Fri, 28 Jan 2022 20:30:56 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36110 Eu confesso: esse título tem uma pegadinha. Warren Buffett, que completará 92 anos em agosto e ainda pensa todos os dias em como investir melhor seu dinheiro, já declarou que não tem nem jamais terá uma criptomoeda. Historicamente avesso às empresas de tecnologia, apesar de ter posto muito de seu dinheiro em ações da Apple,… Read More »Warren Buffett e o Bitcoin

O post Warren Buffett e o Bitcoin apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
Eu confesso: esse título tem uma pegadinha. Warren Buffett, que completará 92 anos em agosto e ainda pensa todos os dias em como investir melhor seu dinheiro, já declarou que não tem nem jamais terá uma criptomoeda. Historicamente avesso às empresas de tecnologia, apesar de ter posto muito de seu dinheiro em ações da Apple, ele não investe em Bitcoins. Mesmo assim, é possível usar um pouco de sua enorme experiência ao escolher ações na hora de investir nos criptoativos.

Vamos comparar dois números. Na manhã da sexta-feira (28), o Bitcoin estava cotado a US$ 36,4 mil. Uma leve alta em relação à véspera, mas uma desvalorização de 23,7% desde o início do ano. Quer dizer, em menos de um mês a moeda virtual mais negociada perdeu quase um quarto de seu valor. Péssimo investimento.

Vamos relembrar uma frase de Buffett. “Eu escolho uma ação pensando no seguinte: se, no dia seguinte à compra a Bolsa parasse de funcionar e ficasse fechada por dez anos, ainda assim eu dormiria tranquilo”, escreveu ele em uma de suas famosas cartas aos acionistas.

Ou seja, é preciso pensar nos investimentos no longo prazo. Dez anos é muito tempo em termos de Bitcoin, pois a moeda é algo recente, surgiu em 2009. Em 2012 ela ainda era algo restrito aos aficionados. Porém, se considerarmos um período um pouco mais curto, de cinco anos, veremos que as cotações subiram 3.416%. Sim, bem mais de três mil por cento. Em dólares. Para comparar, nesse período, as ações da Berkshire Hathaway, veículo de investimentos de Buffett, subiram 79%.

O desempenho da Berkshire não é algo ruim para uma empresa americana madura. Um investidor ou investidora que tivesse colocado US$ 100 na Berkshire há cinco anos teria hoje US$ 179. Porém, um investidor que tivesse investido os mesmos US$ 100 colocando 98 deles na Berkshire e US$ 2 em Bitcoin teria, atualmente, pouco mais de US$ 245.

Vamos pensar um momento sobre esses dois números. Apenas US$ 2 investidos no Bitcoin teriam rendido pouco mais de US$ 70. Na pior das hipóteses, se o Bitcoin tivesse desaparecido ou se seu valor houvesse caído a zero, os US$ 100 teriam se tornado US$ 175 nesses cinco anos.

Quer outro exemplo? Nesse mesmo período, as cotações do Ether, segunda criptomoeda mais popular, subiram 20.829%. É isso mesmo, mais de vinte mil por cento. Seguindo com o raciocínio anterior: o investidor com US$ 100 que colocasse 98 em ações da Berkshire, US$ 1 em Bitcoin e outro dólar em Ether teria US$ 317. Um ganho mais de quatro vezes superior do que se houvesse investido apenas em ações da Berkshire.

Qual a conclusão disso? Apenas investidores muito técnicos, muito experientes e com muito conhecimento poderiam pensar em colocar uma parte significativa de seu patrimônio em criptomoedas. Como qualquer investimento novo, elas são voláteis. Por isso, quem investe nelas navega em mares desconhecidos. O FMI (Fundo Monetário Internacional) nunca vai recomendar que o governo dos Estados Unidos deixe de usar o dólar como sua moeda oficial. Porém, na terça-feira (25), o Fundo recomendou formalmente ao governo de El Salvador que deixe de usar o Bitcoin como sua moeda, algo que o presidente Nayib Bukele havia determinado em julho do ano passado.

Mesmo assim, as promessas e oportunidades das criptomoedas em geral são grandes demais para serem ignoradas. E, como sempre diz a Fernanda Guardian, especialista em criptomoedas da Levante Ideias de Investimentos, o movimento de longo prazo desses ativos sempre será de aproximação com a economia tradicional. Assim, apesar de eventuais solavancos, considere sempre colocar uma fração de seu dinheiro nessas novas aplicações financeiras.

Indicadores

A inflação de janeiro medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) avançou para 1,82% ante 0,87% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 16,91% em 12 meses. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), boa parte dessa alta decorreu do aumento de 18,26% no minério de ferro, além de avanços nos preços de bens de investimento.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) subiu 2,30% em janeiro, após alta de 0,95% em dezembro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) desacelerou e subiu 0,42% ante 0,84% em dezembro. O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acelerou para 0,64% ante 0,30% em dezembro. Em janeiro de 2021, o índice havia subido 2,58% e acumulava alta de 25,71% em 12 meses.

E Eu Com Isso?

O último pregão da semana começa com uma leve baixa nos contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500, com os investidores à espera da inflação de 2021 medida pelo índice PCE (Personal Consumption Expenditure), que é mais importante para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, na avaliação de sua política monetária. Dependendo do número, isso pode elevar a volatilidade do mercado.

As notícias são negativas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: 3 motivos para se expor no mercado cripto agora.

O post Warren Buffett e o Bitcoin apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/warren-buffett-e-o-bitcoin/feed 0
O Fed solta os falcões https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes#respond Thu, 27 Jan 2022 14:15:08 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36072 O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção… Read More »O Fed solta os falcões

O post O Fed solta os falcões apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
O investidor americano John Templeton (1912-2008), fundador da gestora de recursos Templeton, costumava dizer que as quatro palavras mais perigosas para o investidor eram “desta vez é diferente”. Em geral pronunciadas em momentos de euforia do mercado, quando os preços sobem exageradamente, essas palavras indicavam que o investidor estava subestimando os riscos de uma correção nos preços. Porém, foi exatamente isso que Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, disse na quarta-feira (26). Ao comentar os resultados da reunião de dois dias do Fomc (Federal Open Market Committee), o Copom americano, Powell disse que “a situação da economia está diferente”. Ou seja, que a inflação está muito alta e que a política monetária do Fed vai mudar.

Após quase dois anos sendo leniente com a inflação, a autoridade monetária americana soltou seus falcões. No jargão do mercado, há duas abordagens possíveis para os bancos centrais. Eles podem ser pombos (em inglês “dovish”), ou mais tolerantes com a inflação, para que a política monetária não comprometa o ritmo da economia ou o nível de emprego. Ou podem ser falcões (“hawkish”), quando assumem uma postura mais estrita para manter estáveis os índices de preços. O Fed mudou de lado. Até agora, manteve a combinação de juros perto de zero com a injeção direta de recursos na economia para contrabalançar os efeitos negativos das medidas de restrição. Porém, isso vai mudar, e logo.

As declarações de Powell deixaram três pontos muito claros. O primeiro é que o Fed não tem mais dúvidas de que a inflação americana está elevada demais. “A situação não melhorou desde a última reunião de dezembro, de fato ela piorou um pouco”, disse Powell ao comentar os resultados.

Atualmente em 7% no ano calendário de 2021 quando medida pelo CPI (Consumer Price Index) e em 5,7% nos 12 meses até novembro, medida pelo índice PCE (Personal Consumption Expenditure), a inflação está muito acima da meta de 2% ao ano que deve ser perseguida pelo Fed. Mais do que isso, a economia está aquecida. O desemprego está em 3,9%, perto das mínimas históricas e em linha com o que o banco central considera, na prática, pleno emprego.

O segundo ponto é que os juros vão subir, e logo. Desde março de 2020, os Fed Funds, equivalentes à taxa Selic, são mantidos na faixa entre zero e 0,25% ao ano. Na prática, os juros são nulos. Powell praticamente garantiu que haverá uma alta em março. Ele não citou números, mas as expectativas são de que será um avanço de 0,25 ponto percentual. No entanto, o discurso mudou. A nova palavra é “ágil”. O presidente do Fed disse nada menos de três vezes durante sua entrevista coletiva concedida após a reunião que a autoridade monetária americana será “ágil” ao combater a alta de preços.

Até antes da reunião, a projeção era de que haveria no máximo quatro altas de juros neste ano, todas de 0,25 ponto percentual, de modo que os Fed Funds encerrassem 2022 a 1% ao ano. Agora, surge a hipótese de cinco elevações, pois Powell não foi claro quanto ao ritmo e à quantidade de alterações nas taxas.

O terceiro ponto é que o Fed vai zerar os estímulos à economia postos em marcha em março de 2020, e que levaram seu balanço à impressionante cifra de US$ 8,9 trilhões. Powell afirmou que esse processo deverá começar paralelamente à elevação dos juros, ou seja, ainda no primeiro trimestre deste ano.

Além de reduzir o tamanho de suas posições, o banco central vai reduzir sua ênfase em títulos lastreados em ativos imobiliários, como papéis privados garantidos por hipotecas, e concentrar os investimentos em título públicos. A meta, informou o comunicado da reunião, “é reduzir o impacto sobre a alocação setorial de crédito na economia”. O impacto de todas essas novas informações foi uma correção nos mercados americanos, com quedas dos principais índices de ações.

A avaliação do Fed sobre o aquecimento da economia poderá ser corroborada nesta manhã, com a divulgação da primeira prévia sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) americano no quarto trimestre. A estimativa mais comum é de um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2020, o que indica um ritmo acelerado para o crescimento econômico.

E Eu Com Isso?

Os contratos futuros do Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciaram a sessão com leves altas, reagindo à forte baixa da véspera (no caso dos Estados Unidos) e reagindo também ao fechamento em alta, mas abaixo da máxima do dia (no caso brasileiro).

No entanto, a divulgação do PIB americano no quarto trimestre e a continuidade do processo de ajuste dos mercados à atitude mais estrita do Fed poderá provocar volatilidade no mercado.

As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: O Fed entre a cruz e a espada.

O post O Fed solta os falcões apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-solta-os-falcoes/feed 0
O Fed entre a cruz e a espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada#respond Wed, 26 Jan 2022 14:16:32 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=36023 Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde… Read More »O Fed entre a cruz e a espada

O post O Fed entre a cruz e a espada apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
Encerra-se nesta quarta-feira (26) a primeira reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de 2022. Jerome Powell, presidente do Fed, e os demais membros do Fomc (Federal Open Market Committee), equivalente americano do Copom, terão tomado uma das decisões mais difíceis em décadas. E as consequências do comunicado que será divulgado nesta tarde podem provocar solavancos fortíssimos nos preços dos ativos.

Esta reunião é importante porque ela vai responder a maior dúvida do mercado sobre a estratégia futura do Fed. A autoridade monetária seguirá sendo tolerante com a inflação e agindo devagar, ou vai alterar sua estratégia e passar a combater os preços de maneira mais incisiva?

Na prática, isso quer dizer responder duas perguntas. A primeira é sobre a elevação dos juros americanos. Atualmente as taxas dos Fed Funds, os juros referenciais dos Estados Unidos, estão, na prática, em zero. Como a remuneração dos Fed Funds é divulgada como uma banda (ou intervalo), os juros estão entre zero e 0,25% ao ano. Mas, na prática, a taxa é nula.

Com a alta da inflação – que chegou a 7% em dezembro, maior nível desde junho de 1982 – a projeção é que o Fed realize três ou quatro elevações de 0,25 ponto percentual nos juros até o fim do ano. Com isso, os Fed Funds encerrariam dezembro a 0,75% ou a 1% ao ano. Na avaliação mais popular, esse processo prossegue por 2023 e 2024, sempre com suaves correções mensais de 0,25 ponto percentual.

Ao fim do processo, os Fed Funds estarão ao redor de 2,5% ao ano e a inflação americana terá retornado à meta, que oficiosamente é de 2% ao ano. Isso sem afetar o processo de recuperação da economia nem elevar o desemprego.

Esse é o mundo ideal. No entanto, o problema que Powell e os diretores do Fomc enfrentam é que há muitas dúvidas entre os investidores sobre a intensidade e a permanência da inflação. Assim como ocorre no Brasil, boa parte da alta dos índices decorre do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis. O “núcleo” da inflação, o chamado “core index”, que não considera esses itens, subiu 5,5% nos 12 meses até dezembro de 2021. É um resultado inferior ao da inflação “cheia”, mas nem tanto assim.

A grande preocupação dos investidores e da autoridade monetária dos Estados Unidos é a dispersão da alta dos preços dos combustíveis para outros segmentos da economia. Isso poderia tornar o processo inflacionário persistente. E obrigar o Fed a manter os juros mais elevados por mais tempo, prejudicando a recuperação após a pandemia.

Daí a dificuldade da decisão do Fed. Se mantiver uma postura tolerante e leniente com a inflação temendo comprometer a retomada da atividade econômica, o banco central americano pode ter de tomar medidas mais drásticas em um futuro próximo. Se, ao contrário, indicar que será firme com a alta de preços, o Fed pode abortar o processo de recuperação da economia.

Não há um caminho claro a seguir. Do outro lado do Pacífico, o Banco do Povo da China, o banco central chinês, anunciou há alguns dias um razoável afrouxamento do mercado de dinheiro, devido à deterioração do nível de atividade econômica provocada pelas medidas necessárias para conter a variante Ômicron.

Na Europa os banqueiros centrais não estão de acordo. O Banco da Inglaterra iniciou um processo de aperto, ao passo que o BCE (Banco Central Europeu), que calibra a velocidade econômica da Zona do Euro, parece não ter pressa para retirar os estímulos. Porém, uma sinalização mais “hawkish”, ou dura, do Fed nesta quarta-feira poderá levar o BCE a começar seu próprio processo.

A decisão do Fed será difícil, e terá consequências sobre todas as economias. No caso do Brasil, juros mais altos nos Estados Unidos podem manter o real depreciado em relação ao dólar. Apesar de favorecer as exportações, um câmbio valorizado também pressiona os preços por aqui, o que pode obrigar o nosso BC (Banco Central) a retardar o processo de aperto iniciado no ano passado, e que deve prosseguir durante pelo menos o primeiro trimestre.

E Eu Com Isso?

A quarta-feira começa com um forte movimento de alta tanto nos contratos futuros do Brasil quanto nos dos Estados Unidos. Por aqui, o Ibovespa futuro já supera 111 mil pontos, mantendo a valorização da véspera. As cotações das ações domésticas foram auxiliadas pela valorização das commodities do mercado internacional. Porém, a depender da decisão do Fed, o mercado poderá apresentar uma volatilidade elevada.

As notícias são positivas para a Bolsa, em um cenário de volatilidade.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: O impacto da crise na Rússia.

O post O Fed entre a cruz e a espada apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-fed-entre-a-cruz-e-a-espada/feed 0
O impacto da crise na Rússia https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-impacto-da-crise-na-russia https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-impacto-da-crise-na-russia#respond Tue, 25 Jan 2022 14:44:23 +0000 https://levanteideias.com.br/?p=35999 A tensão nos mercados internacionais de commodities e de energia segue crescendo devido às ameaças de uma invasão russa à Ucrânia. A estimativa é que a Rússia tem cerca de 100 mil soldados estacionados na fronteira, e que mandou tropas para outro país vizinho, a Bielorrússia, para “exercícios militares conjuntos”. Para entender por que há… Read More »O impacto da crise na Rússia

O post O impacto da crise na Rússia apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
A tensão nos mercados internacionais de commodities e de energia segue crescendo devido às ameaças de uma invasão russa à Ucrânia. A estimativa é que a Rússia tem cerca de 100 mil soldados estacionados na fronteira, e que mandou tropas para outro país vizinho, a Bielorrússia, para “exercícios militares conjuntos”.

Para entender por que há algo tão arcaico quanto movimentações de tropas e ameaças de invasão em com quase um quarto do Século XXI transcorrido, é preciso voltar mais de 30 anos no passado. Mais exatamente ao princípio dos anos 1990, com o fim da União Soviética (URSS).

Como seu próprio nome indicava, a URSS era um aglomerado de 15 repúblicas. A maior delas era a Rússia. Com 41 milhões de pessoas, a Ucrânia era um dos integrantes mais populosos da União, e sempre foi estratégico. Tem terras férteis e um clima relativamente ameno naquela imensidão gelada, o que o transforma em um dos principais produtores de grãos da região.

Com o fim da União Soviética, a Ucrânia se aproximou dos países do Ocidente. E, nos últimos tempos, está se preparando para integrar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Sim, ela ainda existe, e mantém a mesma função para a qual foi desenhada, na metade do século passado: manter-se de prontidão para o caso de algum líder soviético (ou, atualmente, russo) exagerar na vodca e resolver invadir a Europa.

A Ucrânia percebeu que ganha mais se vender comida e gás natural para os países europeus, o que desagrada Moscou. Para complicar ainda mais o quadro, pouco mais de 17% de sua população consiste dos chamados russos étnicos – filhos de imigrantes russos que nasceram na Ucrânia, mas são cultural e politicamente ligados à Rússia. Há cerca de oito anos, em março de 2014, a Rússia invadiu a península da Crimeia, que tinha maioria de população russa, e literalmente tomou o território da Ucrânia.

Esse é o cenário. Vamos agora ao principal ator do drama. Vladimir Putin, presidente da Rússia, está no poder há quase duas décadas e não dá sinais de querer deixar o cargo. Para manter seu prestígio, além de controlar rigidamente a imprensa e dar pouco espaço à oposição, ele já indicou que pretende fazer a Rússia voltar aos velhos tempos soviéticos. Não estatizando a economia, mas ampliando sua influência global.

Para impedir o pior, os diplomatas da Otan estão tentando contornar a crise. O problema é que Putin, diferentemente das lideranças ocidentais, tem a liberdade dos autocratas. Ou seja, o líder russo não precisa prestar contas aos demais poderes, como o Parlamento e o Judiciário, nem temer que uma atuação desastrada impeça sua reeleição.

E não se sabe muito bem o que Putin quer ou vai fazer. Como a imprensa é controlada pelo Estado, ele pode perfeitamente fazer os soldados andarem de um lado para o outro sem cruzar a fronteira e depois retornarem, contando como ganharam a guerra. Porém, ele também pode mandar suas tropas marcharem até Kiev, capital ucraniana, gerando uma instabilidade enorme na região.

Tudo bem, mas por que estamos falando disso? Porque essa indefinição toda vem provocando os solavancos mais importantes em mercados estratégicos como os de energia e de commodities.

Só para ficarmos na energia: o projeto de um gasoduto importante, o Nord Stream 2, que poderá transportar um total de 55 bilhões de metros cúbicos de gás russo para a Europa, atravessando Rússia e Ucrânia. A crise impediu o começo das operações, e uma piora da situação pode afetar o fornecimento de energia à Europa – Putin frequentemente usa cortes no fornecimento para sublinhar seus argumentos. Além disso, a Ucrânia é um produtor importante de milho e de trigo, e uma eventual anexação por parte de Moscou também pode comprometer o fornecimento para os mercados globais, pressionando os preços da commodities e a inflação ao redor do mundo.

Todas as crises têm um ponto em comum, que é a capacidade de influenciar as condições de mercado por inserir um componente de incerteza. No caso da mais recente, a incerteza é elevada pois o comportamento dos participantes é imprevisível.

De um lado, a Rússia não terá muitos pruridos em fazer suas tropas cruzarem a fronteira. De outro, as nações ocidentais – a começar pelos Estados Unidos – não têm uma estratégia única para lidar com o problema. Daí a flutuação das cotações, que deve prosseguir enquanto não houver uma definição.

E Eu Com Isso?

O mercado americano inicia a terça-feira com uma forte baixa. Os contratos futuros do índice S&P 500 recuam mais de 1%. Além da tensão geopolítica da Rússia, inicia-se hoje a reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que poderá resultar em um endurecimento da política monetária americana mais intenso do que o esperado. Por aqui, os contratos futuros do Ibovespa também iniciam o dia em baixa, apesar de não tão acentuada quanto a registrada em Wall Street.

As notícias são negativas para a Bolsa.

Este conteúdo faz parte da nossa Newsletter ‘E Eu Com Isso’.

e-eu-com-isso

Leia também: Inflação e juros nos EUA.

O post O impacto da crise na Rússia apareceu primeiro em Levante Ideias de Investimentos.

]]>
https://levanteideias.com.br/artigos/e-eu-com-isso/o-impacto-da-crise-na-russia/feed 0