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Como funciona a volatilidade de mercado?

A volatilidade de mercado é um tema em alta nos dias de hoje. Se você já investe, quer começar a investir, ou mesmo, se apenas acompanha um pouco o noticiário econômico, já deve ter ouvido falar sobre esse termo. Ou, até mesmo, já deve ter ouvido o seguinte: “a bolsa de valores teve um dia de alta volatilidade”. Mas você sabe exatamente o que é volatilidade de mercado?

Trata-se de uma medida que indica a frequência e a intensidade das variações na cotação de determinado ativo. Para isso, ela considera um período específico. Ou seja, é uma forma de medir quanto ele oscila. Ao contrário do que se pode pensar, ter uma volatilidade de mercado alta não é necessariamente ruim. É ali que estão as maiores possibilidades de ganhos.

Por outro lado, são também os ativos que apresentam mais risco. Por isso, não convém concentrar todos os seus recursos em investimentos com volatilidade alta. Este é o caso, por exemplo, do mercado de ações.

Neste artigo, explicaremos melhor esse conceito. Falaremos sobre como ele é calculado, quais são os riscos que mais o influenciam, como funcionam os índices de volatilidade dos fundos e como eles ajudam a medir o risco de perdas. Acompanhe.

Quais são os riscos financeiros que mais influenciam a volatilidade de mercado?

Antes de continuar, é importante definirmos o que são riscos financeiros. Falando de investimentos, os riscos financeiros são todas as possibilidades de perder dinheiro ao investir, seja em uma empresa, seja em títulos públicos.

Assim, tudo o que pode impactar negativamente os preços desses ativos é considerado um risco financeiro. Um dos principais deles é a exposição a variáveis macroeconômicas. Assim, por exemplo, uma empresa exportadora pode ver suas vendas diminuírem se o real se depreciar em relação ao dólar. Isso faria com que os produtos dela se tornassem mais caros para os compradores internacionais.

Outro risco financeiro importante são as mudanças legais ou regulatórias. Se o governo baixa, por exemplo, uma medida que restringe a taxa de juros que os bancos podem cobrar no cheque especial, isso pode ter um efeito na receita que as instituições financeiras obtêm com essa linha de crédito e impactar o resultado da instituição como um todo.

Também podemos citar o risco de crédito, que está ligado à possibilidade de alguém (empresa ou governo) não conseguir honrar os compromissos financeiros assumidos.

Igualmente importante no mundo dos investimentos é o risco de liquidez, que seria uma dificuldade para conseguir resgatar o dinheiro investido sem que perca seu valor. Pense, por exemplo, em alguém que compra uma obra de arte ou um objeto de colecionador. Se ele quiser vender aquele bem, pode não encontrar um comprador rapidamente ou ter que reduzir bastante o preço pedido para conseguir fazer a venda.

Por fim, entre os principais riscos financeiros relevantes para os investimentos está o risco de mercado, ou seja, as oscilações que impactam empresas e negócios, gerando lucro ou prejuízo. Nesse caso, o que importa é a relação com o indicador de referência com o qual o ativo se relaciona, como o Ibovespa, a Selic ou outro.

Como a volatilidade de mercado é calculada?

Existem diversas maneiras de calcular a volatilidade de mercado, mas uma das mais comuns é pelo desvio padrão da rentabilidade histórica de um determinado ativo. Essa é uma medida de volatilidade absoluta, que varia conforme o período analisado.

Ainda é possível analisar a volatilidade de forma relativa, medindo a oscilação em relação ao próprio mercado. Nesse caso, a medida mais usada é o beta.

Existem três conceitos mais comuns quando se fala de volatilidade: a histórica, a implícita e a real. A histórica, como o nome indica, olha para as variações do ativo em um determinado período e pode servir como uma referência de estimativa para a volatilidade futura, mas é preciso lembrar que rentabilidade passada não é garantia para o futuro.

Já a implícita pode ser entendida como um cálculo de volatilidade futura. Além da volatilidade histórica, ela leva em consideração outras variáveis, como os preços dos derivativos, que dão uma ideia do que o mercado espera para frente. Por fim, a volatilidade real verifica a variação efetiva do preço do ativo no futuro.

Cálculo da volatilidade de mercado

Para este artigo, vamos mostrar de forma simplificada o cálculo do desvio padrão. Imagine que determinado ativo, que vamos chamar de “X”, tenha fechado o pregão com as seguintes variações abaixo nessas datas:

  • 25/11/19: +0,81%;
  • 26/11/19: +0,28%;
  • 27/11/19: -0,75%;
  • 28/11/19: +0,43%;
  • 29/11/19: -0,48%.

O primeiro passo será calcular a média aritmética das variações, que dá 0,29%. Para chegar a esse número, basta somar todas as variações e dividir por 5, que é a quantidade de dias analisados.

Em seguida, é preciso calcular a variância amostral. Para isso, subtraia de cada valor da amostra a média encontrada e eleve o resultado ao quadrado. Some cada um desses resultados e, depois, divida pelo número de amostras (no caso, 5) menos 1.

Vai ficar assim:

Var = (valor1-média)^2 + (valor2-média)^2 + (valor3-média)^2 + (valor4-média)^2 + (valor5-média)^2 / n -1

Vamos substituir:

Var = (0,81% -0,29%)^2 + (0,28% -0,29%)^2 + (-0,75% -0,29%)^2 + (0,43% -0,29%)^2 + (0,48% -0,29%)^2 / 5-1

Var = (0,52%)^2 + (-0,01%)^2 + (-1,04%)^2 + (0,14%)^2 + (0,19%)^2 / 4

Var = 0,2704 + 0,0001 + 1,0816 + 0,0196 + 0,0361 / 4

Var = 1,4078 / 4

Var= 0,35%

O desvio padrão é a raiz quadrada da variância, que, neste caso, é 0,59%. Com isso, é possível aplicar a distribuição normal para entender quanto aquele ativo pode variar. Para isso, basta somar e subtrair o desvio padrão da média. Assim:

0,29% (média) – 0,59% (um desvio padrão) = -0,30%

0,29% (média) + 0,59% (um desvio padrão) = 0,88%

Dessa forma, pode-se dizer que o ativo poderá oscilar entre -0,30% e 0,88% com 68% de confiança, que é a que obtemos a partir de um desvio padrão. Para ter um intervalo com 95% basta fazer esse cálculo com dois desvios padrões.

Como funcionam os índices de volatilidade dos fundos?

A volatilidade é uma medida muito importante para quem aplica em fundos de investimento. Lembre-se: quanto maior a volatilidade, maiores as chances de ganhos, mas também de perdas.

Esse cálculo impede, por exemplo, que você escolha um fundo só porque ele teve um rendimento alto nos últimos meses. Se a volatilidade do fundo for alta, isso significa que esses resultados podem não se repetir no futuro. Tendo essa informação, você tem a chance de tomar uma decisão de investimento consciente, avaliando se quer ou não ter esse risco.

Agora você já sabe o que é volatilidade de mercado e a importância dessa métrica na hora de medir riscos. Ela ajuda a ter uma visão mais ampla do comportamento daquele ativo, de forma a dar mais subsídios para decidir se o investimento faz sentido para o seu perfil, considerando tanto as chances de retorno quanto o risco envolvido.

E então, o que achou do artigo? Se você gostou, aproveite para disseminar o conhecimento compartilhando-o nas suas redes sociais!

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