Se você está se perguntando o que é o tripé macroeconômico, estou aqui para te ajudar: ele consiste em um conjunto de três características da economia brasileira, sendo instituído em 1999, no segundo governo FHC. O modelo foi encabeçado pelo então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que alterou as funções da taxa de câmbio e de juros no país – passando de um regime de câmbio fixo para flutuante e adotando uma meta anual de inflação.
Em detalhes, o tripé se resume nos pilares: câmbio flutuante, meta fiscal e meta inflacionária. A seguir, vou explicar em detalhes.
Pilar nº 1: câmbio flutuante
O regime de câmbio flutuante permite que o real se valorize ou desvalorize com relação às outras moedas de acordo com a oferta e demanda diária. A moeda comparativa mais importante é o dólar americano, ou seja, sempre acompanhamos a flutuação do real com base no seu preço em relação à moeda americana.
O Banco Central ainda atua estabilizando a taxa de câmbio quando considera que o real está se valorizando ou desvalorizando muito – saindo de dentro da banda cambial definida (algo como piso e teto em que a taxa de câmbio deve flutuar). Tal processo de intervenção configura o regime de Dirty Float, regime usado na maioria das moedas ocidentais e não tendo, portanto, cunho pejorativo.
O câmbio flutuante controla a balança de pagamentos, evitando a entrada excessiva de importações e diminuição drástica das exportações do país.
Para saber tudo sobre ações e tornar-se um grande investidor na Bolsa de Valores, baixe agora o nosso e-book gratuito sobre o tema.
Não perca tempo! Clique no botão abaixo para ter acesso ao conteúdo.
Pilar nº 2: Meta fiscal
O segundo pilar diz respeito à meta fiscal brasileira. Definida anualmente pelo Congresso Nacional, por meio da Lei Orçamentária Anual, a meta fiscal tem como principal objetivo atingir o superávit primário nas contas do governo, para que o excedente das receitas seja utilizado no pagamento de juros da dívida pública.
Dessa forma, o governo demonstra que tem condições de honrar seus compromissos financeiros e que é fiscalmente responsável, atraindo mais investimentos e credores por ter menor risco de não pagamento.
No caso brasileiro, desde 2015 são registrados sucessivos déficits primários, em decorrência da dificuldade de fechar as contas do governo no azul. Basicamente, não se atentou ao rápido aumento na trajetória de gastos, e as tentativas de aumento de receita e estímulo da economia não foram bem sucedidas.
Pilar nº 3: Metas de inflação
O terceiro pilar, tão importante quanto os outros dois, é o de metas de inflação. Através do regime de metas de inflação, o Brasil orienta sua política monetária para atingir o patamar de inflação pré-determinado pelo Conselho Monetário Nacional. Uma vez definida a taxa de inflação que se busca para o ano, as autoridades monetárias que compõem o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúnem de 3 em 3 meses para estabelecer a taxa básica de juros (Selic), sempre visando alcançar a inflação desejada.
A taxa básica de juros influencia no poder de compra da população, além de outros fatores, claro, por conta da lógica de moeda circulando no país. Em outras palavras, se a taxa básica de juros está alta, as pessoas tendem a poupar mais dinheiro e, portanto, haverá menos moeda em circulação de moedas pelo país (e vice-versa). Tudo depende da necessidade de recuo, manutenção ou crescimento do ciclo econômico.
O que é o tripé macroeconômico e qual a sua importância, afinal?
O tripé macroeconômico até hoje é de suma importância para o funcionamento da economia brasileira. Apesar de polêmico, o modelo trouxe frutos nesta década e meia de vigência. Inclusive, quando tentou-se flexibilizar o tripé por meio da Nova Matriz Econômica, implementada no governo Dilma, os resultados foram bastante negativos para o país.
O que ocorreu, neste caso, foi a alteração do equilíbrio das variáveis macro e redução da autonomia dos agentes econômicos, gerando incertezas e deteriorando as expectativas em relação à economia brasileira.
Leia ainda: Planejamento financeiro: como começar 2019 com o pé direito?
– O milagre dos juros compostos
Enfim, o modelo se sustenta até hoje e deve ser mantido nos próximos anos, muito pela sua importância econômica e política para o país. Gostou do artigo sobre o que é o tripé macroeconômico e quer saber mais sobre política? Comenta aqui embaixo para que eu saiba quais temas são os mais importantes.