A operadora de telecomunicações Telefônica Brasil, mais conhecida pela sua marca Vivo, divulgou nesta terça-feira (23), após o fechamento do mercado, seu resultado do último trimestre de 2020. O resultado em geral veio em linha com as expectativas do mercado, com destaque positivo para a margem Ebitda da companhia que atingiu nível recorde de 43,6 por cento.
A companhia apresentou um crescimento de 1,6 por cento nas receitas móveis em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, atingindo 7,6 bilhões de reais. O número foi positivamente impactado pelo crescimento 2,1 por cento na receita de serviços no mesmo período, atingindo 6,8 bilhões de reais, que por sua vez compensou a queda de 2,4 por cento na venda de aparelhos.
A receita fixa da companhia apresentou uma queda de 7,7 por cento em relação ao 4T19, resultando em 3,6 bilhões de reais. Assim como visto ao longo dos outros trimestres do ano, a queda de receita foi atribuída ao desligamento de tecnologias mais antigas, um movimento estratégico por parte da companhia que pretende focar seus esforços em clientes com fibra ótica e IPTV.
Com isso, a receita líquida total da companhia caiu 1,6 por cento na comparação com o último trimestre de 2019, atingindo 11,2 bilhões de reais. Já o Ebitda ajustado apresentou um crescimento 0,8 por cento no mesmo período, atingindo 4,9 bilhões de reais e uma margem de 43,6 por cento da receita, 1 por cento superior ao 4T19 e uma das maiores margens já reportadas pela companhia.
O lucro líquido da telefônica atingiu 1,3 bilhões de reais no trimestre, 1,5 por cento maior do que no mesmo período de 2019. Os investimentos em infraestrutura aumentaram em 3,1 por cento no mesmo período, atingindo 2,4 bilhões de reais no trimestre, representando 21,7 por cento da receita líquida.
E Eu Com Isso?
A Vivo apresentou um resultado sólido, seguindo as tendências vistas nos últimos trimestres, porém acreditamos que o sólido crescimento de Ebitda e o pagamento de dividendos e juros sob capital próprio anunciado devem trazer impacto positivo no preço das ações (VIVT3) no curto prazo.
A companhia divulgou dois fatos relevantes junto com os resultados, o primeiro referente ao pagamento de dividendos e juros sob capital próprio para os acionistas no valor de 0,94 reais por ação, representando um retorno de 2,1 por cento em relação ao preço da ação, valor em nossa visão bastante atrativo.
O segundo fato relevante diz respeito a criação de uma rede neutra de fibra ótica, que segundo a companhia já está em fase de negociação com um grande investidor internacional. O movimento de separar a parte de fibra do resto da empresa e a negociação com sócios para investir na expansão da rede está sendo realizado não só pela Vivo, mas também pela Oi (OIBR4) e pela TIM Brasil (TIMS3), evidenciando a necessidade de aceleração do processo de “roll-out” de fibra no país.
O resultado móvel na companhia apresentou crescimento também em indicadores importantes, com crescimento no número de acessos pré e pós-pagos e redução na taxa de cancelamentos também em ambos os segmentos.
Apesar de um bom resultado à primeira vista, deixou bastante a desejar quando comparamos com os números da concorrente Claro Brasil, subsidiária da America Movil, maior companhia de capital aberto da bolsa mexicana. Enquanto a receita de serviços apresentou crescimento de 1,6 por cento e a receita de equipamentos teve queda, a Claro conseguiu crescer a receita móvel de serviços em 7,9 por cento e a venda de equipamentos em 10,8 por cento, muito acima da Telefônica Brasil.
Todas as atenções no setor de telecomunicações agora estão voltadas com a expansão da fibra ótica e o próximo leilão de espectro da Anatel para a frequência de 5G. Enquanto o leilão segue ainda com indefinições e ainda não tem um prazo definido, as operadoras vêm acelerando nas negociações com outros investidores para impulsionar o crescimento da infraestrutura de fibra no país, negócio que tem se mostrado bem atraente para o mercado.