A Via (VVAR3), antiga Via Varejo e dona das Casas Bahia e Ponto (antiga Ponto Frio), está desenvolvendo um pacote de serviços logísticos para seu marketplace, que vai desde a armazenagem dos produtos e recebimento dos pedidos até a entrega do item ao consumidor.
É o mesmo modelo de negócios adotado pela Amazon (AMZO34) nos Estados Unidos.
A Via adotará essa atividade como um negócio autônomo, que também poderá ser usada por seus concorrentes, como Magalu (MGLU3) e Americanas (LAME4).
Dessa forma, lojistas que vendem no marketplace dessas empresas poderão utilizar esse novo serviço da Via para fazer a distribuição de seus produtos, principalmente para a logística de itens pesados, ponto forte da empresa.
Outra opção para os lojistas será vender em qualquer site ou app da companhia, podendo deixar os produtos estocados em suas centrais.
Desse modo, a Via recebe um percentual sobre a venda, variando entre 13,5% e 16%.
A Via já conta com 27 centros de distribuição espalhados pelo país, e um novo centro será aberto em outubro na cidade de Extrema (MG) para atender os vendedores, já começando esse ano a armazenar itens mais pesados, como fogões e refrigeradores.
O diferencial está aí, os principais concorrentes da Via realizam entregas de pesado apenas para os lojistas parceiros da própria plataforma, enquanto a Via passa a oferecer para qualquer marketplace, ampliando sua gama de atuação e aproveitando-se de seu ponto forte
E Eu Com Isso?
Com esse novo projeto, a Via (VVAR3) mostra que está inovando e correndo atrás de seus concorrentes, que começaram a explorar seus marketplaces antes e já possuem um modelo de fulfillment bem desenvolvido.
Vemos esse movimento como positivo para a empresa, que poderá monetizar a sua estrutura logística.
Esperamos impacto positivo nas ações da companhia (VVAR3) no curto-prazo.
Esse projeto começará a ser testado no segundo semestre e já deve começar a apresentar resultados no quarto trimestre, que conta com datas como Black Friday e Natal, muito importantes para as varejistas.
Porém, a completa implementação do projeto só se dará em 2022, podendo contar com uma plataforma de logística de consumidores para consumidores, fazendo o transporte de produtos entre pessoas físicas.
Atualmente, a companhia conta com cerca de 26 mil lojistas em seu marketplace, com expectativas de atingir entre 70 mil e 90 mil lojistas até o fim do ano, acelerando a receita nessa linha de negócio.
Além disso, a empresa vem melhorando a velocidade de suas entregas, chegando a 40% do total em até 24 horas, contra 17% de um ano atrás.
Apesar da melhora o índice é ainda mais baixo que suas concorrentes (51% do Magalu, MGLU3, benchmark do setor), o que demonstra o espaço que a companhia ainda tem para melhorar.
Vale ressaltar, que apesar do avanço, os concorrentes também tiveram avanços em seus níveis de serviço, com o Magalu começando a entregar pedidos em até 1 hora em 11 cidades.
Por fim, a Americanas, empresa que resultará da fusão entre Lojas Americanas e B2W, também já vem falando de implementar a categoria “ultra fast delivery”, com prazo de entrega semelhante.
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