De acordo com dados apresentados pela “China Passenger Car Association” nesta quarta-feira (10), o Model Y, da Tesla, foi o terceiro veículo elétrico (EV) mais vendido na China em fevereiro deste ano. O modelo passou a ser comercializado há apenas 3 meses. No início de janeiro, a companhia anunciou a redução no preço-base para o modelo em 30 por cento.
No total foram vendidos 4.630 veículos em fevereiro. As startups de carros elétricos Xpeng e Li Auto venderam menos de 2.000 veículos cada. A Nio (NIO) vendeu aproximadamente 4.000 veículos em fevereiro, o que pode ser considerado como levemente acima do seu guidance para o primeiro trimestre.
Em primeiro lugar ficou o Hongguang Mini, um EV de pequeno porte e baixo custo desenvolvido pela joint venture da General Motors com a Wuling Motors e a estatal SAIC Motors. O Sedan Modelo 3 da Tesla – super consolidado e campeão de vendas em 2020 – ficou em segundo lugar no período.
E Eu Com Isso?
A notícia setorial é positiva para a Tesla e vem em bom momento. As ações TSLA acumulam queda de 17,7 por cento nos últimos 30 dias, desempenho pior que o índice da NASDAQ, que recua menos: 6,8 por cento. As negociações pré-mercado indicam mais uma abertura de ganhos para as ações da companhia, com alta de aproximadamente 5 por cento.
O mercado chinês é muito importante para a Tesla. o governo chinês pretende que as vendas de carro elétrico correspondam a 20 por cento da venda total de veículos até 2025. Como no ano passado a Tesla entregou cerca de 500 mil veículos globalmente, espera-se que a China possa representar cerca de 40 por cento das entregas globais da companhia em poucos anos.
A companhia possui fábrica em Shangai para abastecer o mercado local e exportar para algumas regiões da Ásia-Pacífico e até da Europa. Há uma fábrica em construção na Alemanha (Berlim) para tentar ganhar mercado na região, que deve ser a grande consumidora de veículos elétricos nas próximas décadas.
Apesar do carro elétrico e/ou autônomo ser uma tendência para o século, há uma série de dúvidas no ar. Destacamos a crescente pressão competitiva no mercado, à medida que novos entrantes vão se “aventurando” no setor. Novas parcerias e Joints Ventures também vem surgindo e dando espaço para o desenvolvimento de novos modelos.
Do ponto de vista de investimento, este fator é um risco no caso da Tesla. Os preços das suas ações já embutem uma perspectiva de crescimento (g) bastante ousada, perpetuando margens elevadas e alta participação de mercado. Uma vez frustradas estas projeções, o mínimo que deve ocorrer é o aumento no prazo de retorno do investimento nas suas ações.