A Vale (VALE3) comunicou ao mercado na manhã desta quinta-feira (09) o lançamento de um novo produto capaz de reduzir em até 10% as emissões de gases do efeito estufa na produção de aço.
O produto é o briquete verde, que começou a ser desenvolvido em 2004 e permite que a produtora de aço reduza a dependência da sinterização, processo que utiliza intensivamente combustíveis fósseis.
A produção inicial deverá ser em 2023, com capacidade inicialmente de 7 milhões de toneladas do produto por ano.
De acordo com a empresa, a capacidade de produção no longo prazo será acima de 50 milhões de toneladas por ano, o que reduziria as emissões de cerca de 6 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano, uma redução que também pode ter impactos no bolso da empresa, visto que a expectativa é que o preço do crédito de carbono só se eleve.
Além disso, a Vale também divulgou uma atualização de seu guidance, com redução de estimativa da capacidade de produção de minério de ferro em 2022 para 370 milhões de toneladas, versus 400 milhões estimados anteriormente, por um crescimento menor da produção em Carajás.
Em relação aos desembolsos de caixa de 2021, a estimativa de investimentos também foi reduzida, de US$ 5,8 bilhões para US$ 5,4 bilhões, além de despesas com a manutenção do desastre de Brumadinho entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,2 bilhões e entre US$ 3,8 bilhões e US$ 4,2 bilhões com imposto de renda e o Refis.
A alteração se deve a uma maior visibilidade dos investimentos, já que se passaram 8 meses no ano.
E Eu Com Isso?
O novo produto faz parte da meta de redução de emissões da empresa, que espera zerar suas emissões líquidas até 2050.
A expectativa é que a empresa invista entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% as emissões até 2030.
Nesse projeto, a Vale investirá US$ 185 milhões para a conversão de duas usinas de pelotização em Vitória (ES) e na construção de uma nova planta em Minas Gerais.
Vemos a iniciativa como positiva, à medida que a Vale investe em novas tecnologias e soluções para reduzir as emissões de carbono de sua cadeia, diminuindo riscos ESG ligados à empresa.
Porém, não esperamos impactos relevantes no curto prazo, visto que esse projeto não possui um investimento considerável e só deve gerar resultados no longo prazo.
Já a redução da estimativa de desembolso de caixa em 2021 deve se traduzir em um montante maior de proventos distribuídos aos acionistas no segundo semestre, podendo elevar o já alto dividend yield da companhia.
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