A Unidas (LCAM3) divulgou na quarta-feira (20), após o fechamento do mercado, seus números referentes ao primeiro trimestre de 2020. O resultado veio majoritariamente em linha com o esperado, mas com algumas surpresas negativas como O aumento da depreciação, a queda na margem Ebitda e a redução do retorno sobre o capital investido (ROIC).
Segundo a companhia, o impacto da quarentena da Covid-19 atingiu 23 milhões na receita líquida e 19 milhões de reais no lucro bruto da divisão seminovos (4 mil carros vendidos a menos).
A receita líquida consolidada da Companhia no primeiro trimestre foi de 1,2 bilhão de reais, um crescimento de 17,9 na comparação anual, mas levemente abaixo das expectativas.
Já o resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente do primeiro período deste ano alcançou o nível de 313,2 milhões de reais, reportando um crescimento de 8,0 por cento.
Dessa forma, o lucro líquido recorrente obtido no trimestre foi de 79,6 milhões de reais, uma queda de 3,5 por cento frente ao primeiro trimestre de 2019. O lucro líquido sem os efeitos da Covid-19 teria sido de 100 milhões de reais.
O principal destaque negativo foi a redução no retorno sobre o capital investido (ROIC) que foi de 8,4 por cento no primeiro trimestre de 2020 (11,3 por cento em 2019).
Os bons resultados recentes de Movida (MOVI3) e Localiza (RENT3) elevaram a expectativa para os números de Unidas (LCAM3). Porém, a depreciação veio acima do esperado, impactando negativamente a rentabilidade do capital investido (ROIC). Dessa forma, a quebra de expectativas deve causar um impacto levemente negativo no curto prazo de suas ações (LCAM3).
O segmento de Aluguel de Veículos apresentou variação positiva de 35,4 por cento na receita líquida e o de Terceirização de Frotas cresceu 4,0 por cento. Com a maior exposição das operações no primeiro segmento mencionado acima, a margem Ebitda apresentou piora de 5,1 pontos percentuais devido a este possuir margens mais apertadas.
A margem Ebitda da divisão Seminovos foi negativa em 0,6 por cento ante 1,5 por cento no primeiro trimestre de 2019, reflexo do menor volume de vendas de veículos (4 mil) devido ao fechamento das lojas no dia 23 de março.
A despesa anualizada de depreciação por veículo aumentou de 2,0 mil reais por carro no primeiro trimestre de 2019 para 2,9 mil reais por carro de janeiro a março de 2020, crescimento de 46,0 por cento, principal motivo para o lucro um pouco abaixo do esperado.
A elevação da depreciação de veículos se deve (i) à decisão de aumentar a depreciação a patamares mais conservadores no segmento de Aluguel de Carros, devido exclusivamente ao menor volume esperado de veículos vendidos para o ano com o Covid-19, (ii) à mudança do mix de veículos no segmento de Terceirização de Frota e (iii) pela abertura de novas lojas do RAC.
A relação dívida líquida/Ebitda terminou em 2,9 vezes em março de 2020 ante 2,4 vezes em dezembro de 2019. Após duas contratações de dívidas recentemente, o caixa atual de 1,5 milhão é equivalente a 74,4 por cento da dívida até 2022.
A empresa também divulgou informações acerca do impacto do Covid-19. De acordo com a Unidas, 86 por cento das lojas de aluguel de veículos e 92 por cento das lojas de seminovos estavam funcionando no dia 20 de maio.
Apesar da redução do retorno sobre o capital investido (ROIC), explicado pelo aumento da depreciação, a empresa continua com sólida posição de caixa e bem preparada para enfrentar a Covid-19.
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