Nesta segunda-feira (31), a Ser Educacional anunciou a aquisição da Faculdade Educacional da Lapa (FAEL), instituição 100 por cento focada no ensino a distância (EAD) via polos educacionais operados por terceiros.
O acordo avaliou a FAEL em R$ 280 milhões, com ainda a possibilidade de pagamento adicional de R$ 17,5 milhões em dois anos com o atingimento de determinadas metas de performance.
Com a aquisição, a Ser Educacional praticamente dobra sua base de alunos de EAD para 180 mil e eleva seu número de polos de ensino de 440 para mais de mil.
Com forte presença no Norte e Nordeste, a aquisição também expande a presença geográfica da companhia, uma vez que a FAEL tem forte presença nas regiões Sul e Sudeste.
Em 2020, a FAEL teve receita de R$ 156 milhões e um Ebitda de R$ 20 milhões, tornando a transação avaliada em 14 vezes Ebitda, segundo a Ser, considerando as sinergias do negócio, o múltiplo ficou próximo a oito vezes, ainda assim um valor superior ao múltiplo de seis vezes considerando a receita de 2020 da Ser.
E Eu Com Isso?
Acreditamos que a aquisição faz bastante sentido no plano de expansão da Ser Educacional, trazendo não só um aumento substancial na base de alunos como uma complementaridade geográfica que deve ajudar a companhia na captação de alunos daqui para frente.
Dito isso, acreditamos que o múltiplo pago de 14 vezes o Ebitda foi elevado e com isso esperamos impacto levemente negativo no preço das ações da companhia (SEER3) no curto-prazo.
Segundo o CEO da Ser, Jânyo Diniz, as aquisições do grupo devem se focar no segmento de ensino a distância, devido a sinergias de conectar este tipo de ativo à rede da companhia, gerando ganhos de escala.
Após o fim do dos programas de financiamento público para o ensino, em especial o Fies, somado a índices de desemprego em patamares elevados desde 2018, o mercado de educação superior se transformou de um mercado em forte expansão para um mercado cada vez mais desafiador.
Enxergamos dois movimentos fortes no setor, com as principais instituições focando em expandir sua base de alunos no EAD, requerendo menos estrutura física e conseguindo um modelo mais escalável, enquanto tenta usar sua graduação presencial mais focada em cursos com mensalidades mais elevadas, em geral ligadas a área de saúde e engenharia.
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