A São Martinho (SMTO3), uma das maiores empresas do setor sucroenergético brasileiro, anunciou na noite desta segunda-feira (13) a reavaliação do valor de suas terras próprias. Segundo o fato relevante, seus 54.634,74 hectares estão avaliados em R$ 4,82 bilhões, um aumento de 56,2% em relação à última avaliação realizada em 2014, desconsiderando as alienações de terras que ocorreram nesse período.
Considerando o múltiplo por hectare, suas terras tiveram uma valorização de 66,5% no período, totalizando R$ 88.132 por hectare. A avaliação foi realizada pela grande empresa de consultoria Deloitte, e não considera construções, benfeitorias, máquinas agrícolas, implementos agrícolas e culturas, apenas a terra nua.
Ainda na noite de ontem, a São Martinho anunciou a emissão de debêntures incentivadas verdes visando captar R$ 1 bilhão, que pode chegar a 1,2 bilhão. Segundo a companhia, os recursos serão utilizados para o desenvolvimento, construção e operação de projetos de investimento, assim como o plantio de cana, manutenção de entressafra e equipamentos.
E Eu Com Isso?
Temos visto fortes valorizações nas terras produtivas nas companhias do agronegócio listadas na bolsa, como a BrasilAgro (AGRO3) e a SLC (SLCE3), que realizam a reavaliação anualmente. Não foi diferente para a São Martinho, que apresentou uma boa valorização em suas terras, acompanhando o ótimo momento vivido pelo setor.
O modelo de negócios de São Martinho visa obter a cana a partir de terras próprias e de terras arrendadas. O preço pago no arrendamento varia conforme o valor da terra e da cana-de-açúcar, aumentando, portanto, os custos da companhia. Apesar da reavaliação positiva, esperamos um impacto neutro nas ações da companhia no curto prazo.
Já em relação à emissão de debêntures, o montante captado deve ajudar na execução de seu plano de expansão, com a construção da usina de etanol de milho, prevista para ser concluída na safra 23/24.
Ainda há a possibilidade da aquisição de uma outra usina, visto que a companhia já se encontrava com uma boa posição de caixa e baixa alavancagem.
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