A operadora de telecomunicações Telefônica Brasil, mais conhecida pela sua marca Vivo, divulgou nesta terça-feira (11), após o fechamento do mercado, seu resultado do 1T21. O resultado em geral veio abaixo das expectativas, principalmente na parte de telefonia celular, porém com destaque positivo para o crescimento das receitas relacionadas à fibra ótica.
A companhia apresentou um crescimento de 1,1 por cento nas receitas móveis em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, atingindo 7,1 bilhões de reais. O número foi positivamente impactado pelo crescimento 10,9 por cento na receita de venda de aparelhos no mesmo período, atingindo 0,6 bilhões de reais, já as receitas de serviço móvel cresceram 0,2 por cento, atingindo 6,5 bilhões de reais.
A receita fixa da companhia apresentou uma queda de 1,4 por cento em relação ao 1T20, resultando em 3,7 bilhões de reais. Assim como visto ao longo dos outros trimestres do ano, a queda de receita foi atribuída ao desligamento de tecnologias mais antigas, um movimento estratégico por parte da companhia que pretende focar seus esforços em clientes com fibra ótica e IPTV.
As receitas relacionadas “core” da companhia, que incluem IPTV e internet via fibra ótica, aumentaram em 17,2 por cento em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, atingindo 2,4 bilhões de reais.
Com isso, a receita líquida total da companhia subiu 0,2 por cento na comparação com o 1T20, atingindo 10,8 bilhões de reais.
O Ebitda (métrica de geração operacional de caixa) ajustado apresentou um crescimento 0,5 por cento no mesmo período, atingindo 4,4 bilhões de reais e uma margem de 41,1 por cento da receita, 0,5 por cento superior ao mesmo trimestre de 2020 e mantendo patamar de margem elevado.
O lucro líquido da Vivo atingiu 942 milhões de reais no trimestre, 18,3 por cento menor do que no mesmo período de 2020, principalmente devido a um a uma piora do resultado financeiro. Os investimentos em infraestrutura aumentaram em 18,0 por cento no mesmo período, atingindo 1,9 bilhões de reais no trimestre, representando 17,9 por cento da receita líquida.
O fluxo de caixa livre da companhia atingiu 2,2 bilhões de reais no trimestre, aumento de 3,7 por cento em relação ao mesmo período de 2020.
E Eu Com Isso?
A Vivo apresentou um resultado misto, com Ebitda (métrica para geração de caixa operacional) um pouco abaixo das expectativas, principalmente com um desempenho relativamente mais fraco na divisão de telefonia móvel. Apesar de enxergamos boas tendências com o forte crescimento das receitas de fibra ótica, acreditamos que o resultado deve ter impacto ligeiramente negativo no preço das ações da companhia (VIVT3) no curto prazo.
A companhia divulgou junto com o resultado também a parceria com a Teladoc Health para criação da Vida V, uma plataforma digital de saúde e bem-estar que irá oferecer a clientes finais, e pequenas e médias empresas acesso a serviços de telemedicina e outras soluções relacionadas com o tema.
A parceria se encaixa na estratégia da companhia em criar um ecossistema digital para seus clientes, atualmente a companhia conta com serviços financeiros (conta digital, crédito e cartão de crédito), market place (com parceria com a Dotz e com a CDF) e agora saúde com a criação da Vida V.
O resultado móvel na companhia foi o destaque negativo do resultado, ambos os segmentos pós-pago e pré-pago apresentaram redução de ARPU (receita média mensal por cliente), resultando em um crescimento de receita de serviços móvel quase nulo (+0,2 por cento), enquanto isso a TIM (TIMS3) apresentou crescimento anual de 2,8 por cento nesta linha e a Claro Brasil, subsidiária da America Movil, maior companhia de capital aberto da bolsa mexicana, apresentou crescimento de 5,1 por cento.
Apesar do desempenho fraco na parte móvel, as receitas relacionadas com fibra ótica foram destaque positivo, com FTTH, isto é, clientes com fibra conectada diretamente em suas casas, apresentou crescimento de 41,2 por cento no número de acessos e um crescimento de 16,2 por cento na receita média por usuário, mostrando o foco da companhia em expandir fortemente os acessos mesmo já sendo líder no setor. As adições líquidas foram de 368 mil no trimestre.
Todas as atenções no setor de telecomunicações agora estão voltadas com a expansão da fibra ótica e o próximo leilão de espectro da Anatel para a frequência de 5G. Enquanto o leilão segue ainda com indefinições e ainda não tem um prazo definido, as operadoras vêm acelerando nas negociações com outros investidores para impulsionar o crescimento da infraestrutura de fibra no país, negócio que tem se mostrado bem atraente para o mercado.
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