A Raízen, maior companhia do segmento de derivados de cana do mundo e uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, divulgou seus resultados referentes ao 2T21 calendário ou, neste caso, 1T22 no calendário de safra.
Os resultados, comparativamente ao mesmo período de 2020, foram bastante superiores em todos os segmentos de atuação, com a rentabilidade operacional do segmento de Marketing e Serviços (antiga Distribuição – Raízen Combustíveis) superando largamente seus principais concorrentes neste trimestre.
A receita líquida veio com uma das maiores cifras da sua história, alcançando 37,54 bilhões de reais na métrica proforma, quase o dobro do registrado 12 meses anteriores, principalmente pela forte recuperação do consumo de combustíveis, além dos preços médios mais altos, favorecendo tanto a rede de postos como o segmento de renováveis que tem o etanol como principal produto.
O Ebitda ajustado por efeitos não-recorrentes foi de 1,76 bilhão de reais, um forte crescimento de 12 vezes em relação ao 2T20 (1T21 no trimestre safra), puxado pela recuperação forte da receita, que gerou um efeito de diluição de custos fixos, tendo efeito direto na margem operacional.
No campo operacional, no segmento de Açúcar e Renováveis, a moagem de cana e a produtividade da cana (ATR/ha) foi ligeiramente inferior ao registrado no ano anterior, porém com preços médios 24 por cento superiores no açúcar e 54 por cento superior no etanol, mais do que compensaram a queda na produtividade. Além disso, houve uma desestocagem de ambos os produtos, com a demanda forte, favorecendo a geração de caixa operacional.
O segmento de Marketing e Serviços apresentou crescimento forte de 36 por cento no volume de vendas de combustíveis no ano contra ano, com margem Ebitda/m³ de 121 reais, um patamar pelo menos 20 por cento acima de seus concorrentes. Houve a abertura de 140 lojas de proximidade no Brasil e Argentina, com a rede já representando 1372 lojas ao fim do trimestre.
E Eu Com Isso?
Esperamos uma reação positiva do mercado para as ações da companhia (RAIZ4) no curto prazo, dado o nível forte de recuperação de resultados que, apesar de ter sido frente a uma base de comparação mais fraca, o resultado deste trimestre aproxima os números da faixa mais alta da projeção fornecida pela companhia para o ano de 2021.
Em complemento, a Raízen irá incorporar os resultados da Biosev em seu balanço já a partir do próximo trimestre, tendo completado a transação nesta semana, dando um impulso ainda maior nos números a vir.
Os números trimestre a trimestre são difíceis de projetar, devido à alta volatilidade e à efeitos de sazonalidade bastante relevantes para todos os segmentos de atuação da companhia, mas ao observarmos a evolução do resultado acumulado nos últimos doze meses, a cada trimestre que passa, a Raízen vem gerando crescimentos consistentes e melhoria de margens de maneira gradual.
Acreditamos que a companhia surfa um excelente momento operacional e de demanda no mercado por combustíveis, devido a retomada, e também no segmento de Açúcar e Etanol, pelo fluxo de urbanização cada vez maior de países populosos e apelo por produtos de pegada de carbono menores, gerando uma demanda crescente e com característica estrutural, apresentando gatilhos importantes de curto prazo para a companhia.
No longo prazo a Raízen deve seguir liderando em seus segmentos de atuação, sem grandes dificuldades e há uma forte avenida de crescimento com os investimentos já iniciados na produção de etanol de segunda geração (E2G), etanol celulósico (folha da cana), biogás, entre outros produtos derivados dos subprodutos da produção de cana, aumentando a produção de produtos com maior valor agregado, sem a necessidade de ampliar a área plantada e volume de cana colhida.
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