Em 7 de junho, foi anunciada a reestruturação societária na Iguatemi (IGTA3), proposta pela holding da companhia, Jereissati Participações (JPSA3).
O novo desenho propõe que a holding incorpore a empresa de shoppings, de modo a assumir seu nome e passar a negociar suas ações em units, além de estimar um prêmio de 10% para as ações da Iguatemi em relação à média dos últimos 30 dias.
De acordo com a proposta, cada 7 ONs da JPSA3 serão convertidas em 1 unit da nova Iguatemi. A composição das units será de 1 ON e 2 PNs, com as PNs possuindo direitos de proventos cerca de 3x maiores que os da ONs.
A transação ainda será negociada em comitê independente da Iguatemi, após a aprovação dos acionistas minoritários de ambas as companhias.
Segundo Carlos Jereissati, CEO da companhia, o que motivou a reestruturação é a perspectiva de M&As a serem realizados no mercado mais adiante, com o setor apresentando forte potencial de consolidação.
Ainda, o processo teria como finalidade aumentar a capacidade de investimento da Iguatemi, enquanto permanece mantendo o controle na Jereissati.
Além disso, o CEO do grupo também anunciou que irá passar o comando para a atual CFO, Cristina Betts, que atua há 13 anos no grupo.
Caso a transação seja aprovada, o grupo Jereissati passará a ter 68,5% do capital votante da Iguatemi (hoje em 50,7%) e 29,2% de seu capital econômico (hoje, 30,6%).
E Eu Com Isso?
A estratégia de reestruturação é uma forma da companhia continuar sua expansão sem riscos de diluição de controle, o que poderia ocorrer devido às limitações de capacidade de se usar ações da companhia como moeda.
Isso porque, no atual formato, a empresa poderia estar se aproximando ao limite da utilização de ações como meio de pagamento de aquisições de modo a evitar drenar seu caixa. Esse processo, caso persistisse, poderia comprometer a estrutura de controle atual.
Nesse contexto, vemos a estratégia como acertada, esperando um impacto positivo no preço das ações das companhias (JSPA3 e IGTA3) para o curto prazo. Sobre a assessoria da reestruturação, a XP está assessorando a Jereissati Participações enquanto o BTG Pactual auxilia a Iguatemi.
A aprovação da estratégia ainda acarretará o fim do desconto de holding, com os acionistas da Jereissati Participações sofrendo uma diluição, o que poderá ser ainda mais benéfico para seus preços.
Por fim, a companhia ainda será beneficiada com maior liquidez de suas ações, com seu free float atingindo cerca de 70% – atualmente, este é de 50%.
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