O fim de maio foi agitado pela incerteza do que aconteceria com as relações comerciais entre Estados Unidos e China. A tensão subiu na quinta-feira (28/05) quando Donald Trump convocou para o dia seguinte uma entrevista coletiva “sobre a China” sem especificar o motivo. Temeu-se que a proposta da China de reduzir as liberdades da região semiautônoma de Hong Kong servissem de justificativa para mudanças no acordo comercial duramente negociado ao longo de 2019. No entanto, apesar de Trump ter anunciado que retiraria de Hong Kong o status de parceiro comercial privilegiado dos Estados Unidos, ele manteve o acordo comercial com a China inalterado. Como resultado, os pregões subiram na Ásia nesta segunda-feira, primeiro dia útil após o anúncio. Em Xangai, o índice SSE subiu 2,2 por cento, em Hong Kong o índice Hang Seng avançou mais de 3 por cento e as ações subiram quase 2 por cento em Seul.
A proposta de reabertura das economias também está animando os investidores internacionais. Cautelosamente, as principais economias já registram a volta às atividades, apesar de em escala e ritmo inferiores aos níveis anteriores à pandemia. Mesmo assim, é o suficiente para elevar as ações nos pregões europeus. O índice britânico FTSE, o francês CAC-40 e o italiano MIB começam a semana com altas ao redor de 1 por cento. A exceção é o alemão Dax, que está recuando cerca de 1,5 por cento.
INDICADORES – Os prognósticos de retração da economia tornaram-se mais severos. A edição desta segunda-feira do Boletim Focus, do Banco Central (BC) indica que a retração esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 é de 6,25 por cento, um resultado pior do que os 5,89 por cento esperados na semana passada. Ainda não é possível dizer o quanto a confirmação de uma retração de 1,5 por cento no PIB do primeiro trimestre influenciou esta alteração nos prognósticos. A inflação prevista para o ano caiu marginalmente, recuando para 1,55 por cento ante os 1,57 por cento da semana passada. Os prognósticos para o dólar e para a taxa Selic permaneceram estáveis. O dólar esperado em dezembro permanece em 5,40 reais, e a Selic prevista para o fim do ano continua em 2,25 por cento.
Apesar do movimento de alta nos mercados da Ásia e da Europa, o Brasil segue a tendência negativa dos EUA que está tendo um dia de queda (principalmente em função das manifestações). Por aqui, as tensões políticas ajudam no movimento de queda. Por outro lado, o movimento positivo das commodities (minério de ferro em alta) de hoje pode ajudar a amenizar esta queda. Sem dúvidas, teremos um dia com volatilidade nos mercados.
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