Presidente do BNDES deve explicações
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, terá de se explicar ao presidente Jair Bolsonaro sobre o aditivo de contrato para auditoria no banco autorizado sob sua gestão. O BNDES pagou, no total, 48 milhões de reais para abrir a “caixa-preta” da empresa, mas não encontrou nenhuma irregularidade.
Nesta terça-feira, Bolsonaro afirmou acreditar que há “coisa esquisita” no montante gasto e que “parece que alguém quis raspar o tacho”. O presidente do banco havia desconversado sobre a responsabilidade do aditivo, mas – uma vez revelada a última atualização do contrato sob sua gestão – deve explicações. Os próprios diretores do banco e membros do conselho de administração cobram uma posição do presidente. Segundo fontes, a permanência do executivo no cargo está diretamente relacionada à justificativa de Montezano para o imbróglio.
O episódio tomou contornos dramáticos após a verificação de que a) não havia praticamente nenhuma irregularidade nas operações do banco entre 2005 e 2018, contrariando o discurso de Bolsonaro de abrir a “caixa-preta”; b) o último incremento no contrato, de cerca de 15 milhões de reais, foi feito no fim do ano passado.
Nesse contexto, Bolsonaro ficou mal na foto ao ter tentado jogar a responsabilidade, em entrevista dada em Davos na semana passada, para seus antecessores. Evidentemente, agora cobra explicações do responsável direto pela decisão. A depender do desenrolar da história, o presidente pode ter que sacrificar Montezano para “culpar” alguém pelo erro em sua gestão.
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