A semana para os investidores começa com dois assuntos relevantes. Os desdobramentos da fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), na sexta-feira (27), e a expectativa quanto à divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre, prevista para a quarta-feira (01).
Começando por Powell. Suas declarações confirmaram uma expectativa dos investidores de que o Fed vai começar a reduzir a compra de títulos “em breve”.
Powell não deu sinal de quando isso vai ocorrer, mas espera-se que a ata da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), nos dias 20 e 21 de setembro, traga mais informações a respeito.
Porém, o fato de a redução da recompra deixar de ser um “se” para se tornar um “quando” já fornece mais informações para o mercado.
Além disso, Powell disse o que os investidores queriam ouvir.
Ele afirmou com todas as letras que a redução ou suspensão das compras de títulos não indica que o Fed vai começar a elevar os juros.
Ou seja, para o presidente do Fed a alta recente da inflação americana ainda não é uma ameaça, e o BC americano poderá continuar cumprindo a segunda parte de seu mandato.
O Fed tem duas “obrigações” em sua atuação.
A primeira é preservar o valor da moeda no longo prazo. A segunda é fazer isso assegurando a menor taxa de desemprego possível.
Powell deixou claro que, se a inflação não é uma ameaça, o Fed vai continuar atacando o desemprego, mantendo os juros baixos.
Isso melhora os prognósticos para o desempenho da economia e para os resultados das empresas, justificando o novo recorde nos índices de ações americanos na sexta-feira.
Voltando agora nossas atenções para o Brasil.
A semana será marcada por indicadores econômicos importantes.
Na terça-feira (31), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publica os números de desemprego levantados na PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar).
Na quarta-feira (01), o Instituto divulga o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. As expectativas são de uma alta de apenas 0,2% ante o 1,2% registrado no primeiro trimestre, indicado uma desaceleração da economia.
Relatório Focus
A edição mais recente do relatório Focus mostra uma elevação nas expectativas para a inflação e para o dólar.
A inflação esperada para 2021 subiu para 7,27% ante 7,11% do levantamento anterior, ao passo que a taxa de câmbio estimada para dezembro avançou de R$ 5,10 para R$ 5,15.
O crescimento do PIB previsto encolheu para 5,22% ante os 5,27% da semana anterior, e a projeção para a taxa de juros Selic no fim do ano permaneceu inalterada em 7,50%.
Indicadores
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) desacelerou para 0,66% em agosto ante 0,78% em julho.
Com este resultado, o índice acumula alta de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses.
Em agosto de 2020, o índice havia subido 2,74% e acumulava alta de 13,02% em 12 meses.
Os três componentes do IGP-M desaceleraram. O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) variou 0,66% ante 0,71% em julho. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) variou 0,75% ante 0,83% em julho. E o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) variou 0,56% em agosto ante 1,24% no mês anterior.
E Eu Com Isso?
A segunda-feira começa com o mercado sem tendência definida no Brasil e com leve alta nos Estados Unidos, mas deverá apresentar forte volatilidade enquanto os investidores calculam o impacto do furacão Ida nos Estados Unidos e o aumento da tensão política no Brasil.
As notícias são positivas para a Bolsa em um cenário de volatilidade.
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