Tomou posse, nesta quarta-feira (20), o 46º presidente dos Estados Unidos da América, o democrata Joe Biden. Em uma cerimônia que não teve nenhuma ocorrência ou confronto nas redondezas – muito, também, pelo esquema “de guerra” montado pelas forças de segurança do país –, Biden fez um discurso sóbrio, mas incisivo, pregando união e o fim da pandemia nos EUA o mais rápido possível.
No mesmo dia em que foi empossado, Biden já tratou de editar uma série de decretos para centralizar na Casa Branca o combate à pandemia. Na administração de Trump, o governo americano se absteve de coordenar essas ações, mas Biden pontuou que é hora de “deixar de lado a política e encarar, finalmente, esta pandemia como uma nação”.
As bolsas americanas renovaram suas máximas históricas de fechamento, refletindo o otimismo com a coordenação do combate à pandemia e o discurso de união do novo presidente americano. A lógica é que, quanto antes a maioria da população estiver vacinada, mais célere será a saída da crise econômica e retomada do crescimento.
Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para cumprimentar o democrata pela sua posse e enviou uma carta à Casa Branca com algumas considerações sobre a relação Brasil-EUA. No documento, Bolsonaro ressaltou a defesa do meio ambiente, afirmou ser admirador “de longa data” dos Estados Unidos e que ambos os países configuram as duas maiores democracias do mundo ocidental.
No campo econômico, Bolsonaro voltou a abordar a possibilidade de um acordo abrangente de livre comércio, a fim de gerar mais empregos e investimentos para ambas as partes. A carta marca uma postura mais institucional do governo brasileiro, que apoiou, anteriormente e abertamente, a reeleição de Trump antes do desfecho do pleito americano.
E Eu Com Isso?
Com tudo correndo dentro dos conformes, a reação à posse de Joe Biden foi bastante positiva e impulsionou os ativos globais nesta quarta (20), tendo o Ibovespa ficado de fora desta alta por questões internas. Espera-se um governo menos bicudo para os próximos quatro anos, mas existem questões relevantes – como a força da retomada do crescimento, uma possível volta da inflação e a magnitude da expansão fiscal americana – que serão monitoradas pelos investidores daqui para a frente.
Os mercados devem seguir o movimento positivo nesta quinta-feira (21), mas vale atenção especial ao mercado local para saber se haverá fôlego para recuperar os últimos dois dias, em que o Índice Bovespa fechou no negativo e na contramão dos mercados globais.