Depois de semanas de turbulência, o mês de abril se encerra com notícias positivas em várias frentes. A safra de balanços no primeiro trimestre começou nesta semana, com bons resultados de Vale e de Minerva (leia mais abaixo). No front político, os investidores se animaram com a decisão do governo de congelar o programa Pró-Brasil, que previa estimular a economia por meio de gastos públicos. A decisão demonstrou a força política do ministro Paulo Guedes e da aderência do governo à responsabilidade fiscal.
Há mais razões para o otimismo. Nesta tarde, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deverá divulgar o resultado de sua reunião do Federal Open Market Committee (Fomc, o Copom dos Estados Unidos). Embora não se espere uma queda dos juros nos Estados Unidos para abaixo de zero, é bastante provável que a autoridade monetária anuncie medidas suplementares para estimular a economia, ampliando o escopo de atuação do Fed.
E, para completar os prognósticos positivos no início da quarta-feira, o mercado internacional do petróleo parece caminhar para a volta à normalidade. Os contratos futuros para junho do barril do petróleo do tipo Brent, que serve de referência para a Petrobras, estavam subindo cerca de 5 por cento, para 21,50 dólares por barril. Os contratos para junho do petróleo do tipo WTI superam 14 dólares, alta de 16 por cento em relação à véspera. Com a volta dos preços a patamares históricos, afasta-se a hipótese de uma quebradeira generalizada no setor, que é importante para as economias e para as bolsas.
Nesta manhã, as bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta. Em Xangai, o índice SSE subiu 0,44 por cento, e em Seul o índice Kospi avançou 0,70 por cento. A bolsa não funcionou em Tóquio devido a um feriado.
O dado mais importante do dia foi o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA neste primeiro trimestre de 2020. O mundo inteiro parou para analisar. O número saiu um pouco antes da abertura do mercado por aqui e mostrou por lá que a economia encolheu -4,8 por cento no período, em comparação com o mesmo período de 2019. No quarto trimestre de 2019, o PIB havia crescido +2,1 por cento. O resultado está muito distante da recessão que os mais pessimistas alardearam, o que deve levar a previsões mais realistas para os próximos trimestres. No momento da divulgação, as bolsas aceleram as altas.
Os olhos continuam voltados para os EUA ao longo do dia, pois temos a reunião do banco central americano (FED) com a definição da taxa de juros.
INDICADORES – O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de abril variou 0,80 por cento, abaixo do 1,2 por cento registrado em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Até abril, o índice acumula alta de 2,50 por cento no ano e de 6,68 por cento em 12 meses. Em abril de 2019, o IGP-M havia registrado uma inflação de 0,92 por cento e acumulava alta de 8,64 por cento em 12 meses.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 39,3 pontos em abril, para 58,2 pontos. Essa é a maior redução mensal do índice e seu menor nível desde o início da série histórica, em janeiro de 2001. A queda do ICI atingiu todos os 19 segmentos industriais pesquisados, e foi determinada pela piora das avaliações sobre o momento presente e, principalmente, aumento do pessimismo em relação ao futuro. O Índice Expectativas (IE) recuou 46,6 pontos, para 49,6 pontos. Por sua vez, o Índice de Situação Atual teve redução de 31,4 pontos, para 67,4 pontos. Ambos atingiram o menor valor da série histórica.
Mais um dia positivo para as ações, depois de dois dias com forte alta, hoje teremos mais um dia de alta no mercado local. Os investidores olhando para o “copo meio cheio” dos balanços das empresas, da garantia da governabilidade política e da aderência à agenda liberal, e da retomada gradual da atividade econômica, com a volta dos negócios à normalidade e com certeza do PIB dos EUA no primeiro trimestre. Vale lembrar que temos reunião do FED hoje, que sem sombras de dúvidas, movimentará os mercados.
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