Na terça-feira, 22 de dezembro, a Petrobras (PETR3/PETR4) anunciou em comunicado ao mercado a celebração de novos contratos de longo prazo para fornecimento de nafta petroquímica, além de etano e propano, para a companhia Braskem, nas suas unidades industriais em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente.
O novo contrato de fornecimento de nafta entra em vigor hoje, 23 de dezembro, após encerramento do atual contrato, e tem duração de cinco anos, até 31 de dezembro de 2025. O valor acordado é estimado em 19 bilhões de reais, sendo fornecido até 2 milhões de toneladas por ano pela Petrobras.
O contrato de fornecimento de etano e propano entra em vigor em 1º de janeiro de 2021, também com prazo de cinco anos, perdurando até dezembro de 2025. O valor acordado estimado é de 7,6 bilhões de reais, onde serão fornecidas quantidades para a produção equivalente de 580 mil toneladas por ano de eteno por parte da Braskem.
Em declaração em novembro desse ano, Pedro Freitas, vice-presidente de finanças e relações com investidores da Braskem, afirmou que o volume de nafta importada para atendimento à operação da companhia deve voltar a crescer em 2021 após redução esse ano em função de oportunidades para compra de nafta nacional em condições comerciais vantajosas.
Importante ressaltar que a Braskem vem reduzindo sua exposição à matéria-prima fornecida pela Petrobras desde 2015, sendo parte de sua estratégia de diversificação de suprimento. Até setembro, seu share de suprimento pela petroleira ficou em 62 por cento, volume que a empresa prevê ser menor em 2021.
E Eu Com Isso?
A notícia é positiva para a Braskem. A celebração desses novos contratos, em particular àqueles relacionados ao suprimento de nafta, garante o fornecimento em volume e preços predeterminados até dezembro de 2025, conferindo previsibilidade e estabilidade à Braskem independentemente de mudanças de gestão na Petrobras.
Também assegura o acesso a uma matéria-prima fundamental para o processo produtivo da companhia.
Entendemos também que esses contratos não colidem com a estratégia da Braskem de reduzir sua dependência da Petrobras, que permanece como sua principal fornecedora, mas com participação decrescente. Além disso, como foram firmados com base em referências de preços internacionais, há segurança de que não haverá conflito de interesses na precificação.
Em relação à Petrobras, vemos a notícia como positiva, dado que a celebração dos contratos favorece tanto o acionista da Braskem quanto seu processo de venda das refinarias, uma vez que o contrato garante um volume de venda para as refinarias a preços internacionais, valorizando-as.