A Petrobras (PETR3/PETR4) anunciou nesta terça-feira (27), após fechamento do mercado, os seus números de produção e vendas referentes ao primeiro trimestre de 2021. O resultado veio modesto, frustrando as expectativas em relação às vendas, que apresentou volume mais fraco no 1T21.
A produção média de óleo, LGN e gás natural da companhia exibiu um aumento de 3,1 por cento no trimestre contra trimestre, registrando 2.765 Mboed (milhares de barris de óleo equivalente por dia) no 1T21. Na comparação anual, o volume contraiu em 5,0 por cento.
No pré-sal, responsável por 69,0 por cento da produção da Petrobras no trimestre, o avanço da produção foi de 7,0 por cento no trimestre contra trimestre, impulsionado com a continuidade da boa evolução da plataforma P-70 (campo de Atapu) e a normalização dos níveis de produção das plataformas que realizaram paradas programadas no 4T20 (FPSOs Cidade de Itaguaí e Cidade de Mangaratiba, no campo de Tupi, e plataformas P-75 e P-77, no campo de Búzios), marcado pela concentração de paradas para manutenção com alto impacto na produção.
No pós-sal, houve um recuo de 6,3 por cento no trimestre contra trimestre na produção, ainda em função das maiores perdas com paradas para manutenção, com destaque para as plataformas FPSO Cidade de Niterói, no campo de Marlim Leste.
A produção de refino contraiu 4,1 por cento na comparação trimestral, contabilizando 1.821 Mbpd. A queda ocorreu principalmente devido à sazonalidade do período, de demanda mais fraca, e aos impactos decorrentes da intensificação de medidas de restrição, com quatro paradas obrigatórias programadas no período nas refinarias REFAP, RPBC, REGAP e REDUC. Na comparação anual, a variação foi de -0,8 por cento.
Em relação às suas vendas consolidadas (mercado interno e externo), a Petrobras registrou queda de 7,2 por cento no trimestre contra trimestre, contabilizando 2.796 Mbpd no 1T21. No mercado interno, a queda é explicada principalmente pela maior contração nas vendas de gasolina, com recuo de expressivos 11,4 por cento na comparação trimestral. No mercado externo, o destaque fica para a menor exportação de petróleo, com recuo de 17,3 por cento na comparação trimestral, registrando 511 Mbpd no trimestre.
E Eu Com Isso?
Os números da produção, mais modestos, ficaram em linha com o consenso, confirmando uma tendência positiva de recuperação. Entretanto, as vendas mais fracas frustraram as expectativas do mercado, o que deve se refletir em um impacto negativo no preço das ações da companhia (PETR3/PETR4) para o curto prazo.
A queda de 2,86 por cento nas ações da Petrobras nesta terça-feira (27/abr) deve limitar o potencial de queda no curto prazo, pois de certa forma o mercado antecipou os números mais fracos de vendas de gasolina.
Os resultados mais contidos da petroleira já haviam sido antecipados na segunda-feira (26) no relatório de produção de petróleo e gás natural do primeiro trimestre de 2021 divulgado pela Agência Nacional de Petróleo – ANP. O relatório apontava uma queda de 6,0 por cento na comparação anual da produção de petróleo no Brasil no 1T21, impactado principalmente devido ao recuo na produção de Petrobras no período, responsável por 75,0 por cento da produção no país.
Por fim, a divulgação do relatório de produção e vendas da Petrobras vem uma semana após o novo diretor-presidente, general Joaquim Silva e Luna, tomar posse do cargo no lugar de Roberto Castello Branco. As ações da companhia reagiram positivamente ao primeiro discurso da nova gestão, encerrando o pregão com alta de 5,8 por cento (19/abril), após Silva e Luna ressaltar que irá respeitar a paridade de preços de importação.
Apesar do tom do discurso, o novo presidente incorrerá nos desafios já observados na gestão de Castello Branco em relação à manutenção da política de preços de combustíveis, especialmente impopular para grande parcela da população na atual conjuntura.
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