Petrobras (PETR3, PETR4): Braskem no Novo Mercado e venda da Gaspetro
As controladoras Odebrecht e a Petrobras (PETR3, PETR4) decidiram conversar sobre uma possível migração da Braskem (BRKM5) para o Novo Mercado da B3, ambiente em que são aceitas somente empresas com ações ordinárias (ON). O diálogo ainda não ganhou corpo, mas houve um aceno para formalizar a disposição a partir de uma visita de Ruy Sampaio, presidente da Odebrecht, ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, no início de janeiro.
Sobre a Gaspetro, Castello Branco afirmou que a ideia é fazer uma oferta pública de ações da subsidiária que reúne as participações da estatal nas distribuidoras, numa operação parecida com a que privatizou a BR Distribuidora, em 2019.
A Petrobras controla a Gaspetro com 51 por cento do capital e tem como sócia a japonesa Mitsui, dona dos outros 49 por cento. De acordo com fontes, tudo indica que a Mitsui poderá acompanhar a estatal na oferta pública e também vender a sua parte.
A expectativa diante de uma possível oferta pública da Gaspetro é muito positiva dado o sucesso do IPO da BR Distribuidora ao final de 2017 enquanto a ida ao Novo Mercado pode melhorar a imagem da Braskem (BRKM5) diante do desgaste da Odebrecht. Como a Petrobras detém 36,1 por cento da companhia, a boa performance de Braskem impacta diretamente na estatal.
Em um comunicado na manhã de hoje, a Petrobras esclareceu que não está definido o modelo para venda da subsidiária. Ela também informou que já iniciou estudos para a venda de sua participação na Gaspetro, entretanto, ainda não há deliberação pelos órgãos internos da companhia acerca do modelo de venda, o que dependerá das condições de mercado.
Segundo a companhia: “A venda da Gaspetro faz parte dos compromissos assumidos no Termo de Compromisso de Cessação assinado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para a promoção de concorrência no setor de gás natural no Brasil e está em linha com o posicionamento estratégico da companhia de sair integralmente da distribuição e do transporte de gás, conforme seu Plano Estratégico 2020-2024.”
A saída da Petrobras do setor de distribuição de gás é fundamental para aumentar a competição e ajudar a reduzir o preço final do combustível. A estatal brasileira passaria a ser mais uma competidora e não mais uma controladora de toda cadeia de negócios.
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